sexta-feira, abril 26, 2024
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Mais de 90 são presos nos EUA por invasão ao Capitólio; FBI pede ajuda para identificar extremistas

Além disso, empresas demitiram extremistas fotografados no Congresso dos EUA.

Mais de 90 pessoas foram presas nos Estados Unidos pela invasão ao Capitólio por apoiadores do presidente Donald Trump, segundo contagem da agência Associated Press desta quarta-feira (9).

Essas prisões foram feitas desde que o FBI, que é a polícia federal americana, pediu publicamente ajuda sobre os extremistas fotografados dentro da sede do Congresso no ato violento que interrompeu por horas a sessão que confirmou Joe Biden como presidente eleito (leia mais sobre a invasão ao Capitólio no fim da reportagem).

Invasor carrega púlpito da presidente da Câmara dos EUA durante ato no Capitólio. O homem foi preso, informou a imprensa americana neste sábado (9) — Foto: Win McNamee / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Invasor carrega púlpito da presidente da Câmara dos EUA durante ato no Capitólio. O homem foi preso, informou a imprensa americana neste sábado (9) — Foto: Win McNamee / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Neste sábado (9), o jornal “Miami Herald” informou que foi preso na Flórida o homem fotografado carregando o púlpito de discursos da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi. Ele foi identificado como Adam Christian Johnson, de 36 anos. Dias antes, o homem publicou fotos em Washington com mensagens críticas ao movimento contra o racismo Black Lives Matter.

Apoiador de Donald Trump posa sentado na cadeira da parlamentar democrata Nancy Pelosi em seu gabinete no Capitólio após invasão — Foto: Saul Loeb/AFP

Apoiador de Donald Trump posa sentado na cadeira da parlamentar democrata Nancy Pelosi em seu gabinete no Capitólio após invasão — Foto: Saul Loeb/AFP

Outro detido é o invasor identificado como Richard Barnett, de 60 anos, visto na sala de Pelosi durante a invasão. Segundo a imprensa americana, ele responderá por invadir e permanecer dentro de áreas restritas do Capitólio, e poderá também responder por apropriação indevida de propriedade pública — um computador da parlamentar foi furtado durante a invasão.

Homem fotografado com chifres está solto

 

Manifestante com adereços e rosto pintado grita dentro do edifício do Capitólio após invasão de apoiadores de Donald Trump em Washington — Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP

Manifestante com adereços e rosto pintado grita dentro do edifício do Capitólio após invasão de apoiadores de Donald Trump em Washington — Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP

O invasor fotografado com uma vestimenta de pele, rosto pintado e capacete com chifres está na lista de pessoas supervisionadas pelo FBI. No entanto, segundo a emissora 12 News, afiliada da NBC no Arizona, o homem identificado como Jake Angeli continuava solto até a sexta-feira. Segundo a reportagem, ele não tem antecedentes criminais no estado.

Angeli se proclama um “xamã” do grupo QAnon, que espalha teorias da conspiração sem fundamento pelas redes americanas e que apoiou Trump durante a campanha de 2020. O presidente, inclusive, se negou a rejeitar o apoio dessas pessoas.

Segundo a 12 News, o invasor entrou com uma campanha de arrecadação virtual no ano passado para ajudá-lo a viajar a Washington em dezembro para uma das várias marchas de apoiadores de Trump que se recusam a admitir a derrota eleitoral. Ele só conseguiu US$ 10, e o site GoFundMe tirou a campanha do ar.

Empresas demitem invasores

 

Invasor no canto direito da imagem foi fotografado na quarta-feira (6) portando um crachá da empresa em que trabalhava. Ele foi demitido. — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP Photo

Invasor no canto direito da imagem foi fotografado na quarta-feira (6) portando um crachá da empresa em que trabalhava. Ele foi demitido. — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP Photo

Um dos extremistas fotografados no Capitólio foi demitido pela empresa onde trabalhava após ser identificado pelo crachá que portava durante a invasão. Em nota, a companhia de marketing Navistar, de Maryland, afirmou que despediria outros funcionários que fossem flagrados na mesma situação. O nome do invasor não foi revelado.

Na mesma linha, a empresa de análise de dados Cogensia demitiu Bradley Rukstales — que era justamente o diretor da companhia. Ele foi preso pela invasão ao Capitólio. Em nota, o novo gestor disse que a decisão foi tomada porque atitude de Rukstales “foi inconsistente com os valores centrais da Cogensia”.

“Pretendemos continuar abraçando os valores da integridade, diversidade e transparência nas nossas operações de negócios, e a empresa espera que todos seus funcionários abracem esses valores também”, disse o diretor Joel Schiltz.

Invasão ao Capitólio

 

Manifestantes são vistos dentro do Capitólio, em Washington, na quarta-feira (6) — Foto: AP Photo/Manuel Balce Ceneta

Manifestantes são vistos dentro do Capitólio, em Washington, na quarta-feira (6) — Foto: AP Photo/Manuel Balce Ceneta

Centenas de manifestantes ultrapassaram as barreiras policiais e entraram na sede do Congresso americano enquanto ocorria a sessão de contagem dos votos do Colégio Eleitoral. Geralmente um procedimento cerimonial, o evento foi cercado de tensão porque Donald Trump, derrotado em novembro, não admitia a vitória de Joe Biden e instou apoiadores a marcharem até o Capitólio.

Com a invasão, os congressistas tiveram de se esconder em outras áreas mais seguras do prédio ou mesmo deixaram o Capitólio. Somente horas mais tardes, com a chegada da Guarda Nacional, a sessão foi retomada e Biden, enfim, confirmado para tomar posse em 20 de janeiro como novo presidente dos EUA.

Cinco pessoas morreram na invasão: uma apoiadora de Trump baleada ao tentar escalar uma porta trancada pelos policiais, outros três ativistas que tiveram problemas de saúde durante o tumulto, e um policial. Além disso, houve ameaças de bomba nas sedes dos partidos. O FBI ainda busca quem plantou os explosivos. A recompensa a quem oferecer informações chega a US$ 50 mil.

Homem procurado pelo FBI suspeito de plantar bombas caseiras na sede dos partidos em Washington durante a invasão do Capitólio — Foto: FBI

Homem procurado pelo FBI suspeito de plantar bombas caseiras na sede dos partidos em Washington durante a invasão do Capitólio — Foto: FBI

A invasão ao Capitólio foi amplamente repudiada nos EUA, inclusive por políticos republicanos que costumavam apoiar Trump. Somente mais de 24 horas depois do ato, o presidente decidiu condenar publicamente os extremistas ao chamar de “ataque odioso” a invasão.

Por causa das declarações de Trump que incitaram os apoiadores a invadirem o Capitólio, políticos dos dois maiores partidos americanos pediram a renúncia ou a destituição do presidente do cargo, a menos de duas semanas da posse de Biden. O Partido Democrata deve entrar com pedido de impeachment nesta segunda-feira.

INFOGRÁFICO - Invasão do Capitólio em Washington, nos EUA — Foto: Wagner Magalhães/G1

 

INFOGRÁFICO – Invasão do Capitólio em Washington, nos EUA — Foto: Wagner Magalhães/G1

G1

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