Para especialistas, Petrobras deve reduzir preços às refinarias em breve. Nas bombas, reflexo da queda do petróleo pode demorar mais.
Os preços internacionais do petróleo caíram cerca de 25% nesta segunda-feira (9), o maior tombo em quase 30 anos, e isso pode afetar o custo da gasolina e de outros combustíveis no Brasil.
Desde 2016, a Petrobras adotou uma política de paridade internacional para definir o preço da gasolina que vende às distribuidoras no país. Com isso, em tese, a estatal deve promover uma redução nos preços cobrados. Mas esse corte pode demorar a chegar às bombas – ou mesmo nem ser sentido pelos consumidores.
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O G1 ouviu dois especialistas no setor, Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, e David Zylbersztajn, professor da PUC-Rio, para ajudar a explicar o que pode acontecer. Veja abaixo:
Os preços vão cair?
A tendência, eles confirmam, é que o preço da gasolina caia para o consumidor, por conta dessa política de paridade internacional. Mas não imediatamente.
“Hoje a política da Petrobras tem sido bastante ligada ao que está acontecendo [no mundo], então, em tese, não deve demorar, já que hoje ela já deve estar comprando petróleo mais barato e vendendo também. Então, ela tende a baixar esse preço para o consumidor”, explica Zylbersztajn.
“Ela se beneficiou muito quando o petróleo estava alto e agora, de alguma maneira, tem que ter uma contrapartida. Quando o petróleo cai, ela também tem que repassar para o consumidor o preço mais baixo. E isso deve acontecer rápido, até para ela não ficar desmoralizada na política dela de, quando sobe, subir também”, completa.
Adriano Pires aponta que a Petrobras deve aguardar alguns dias para o anúncio:
“Acho que a Petrobras vai esperar uma semana, ou quatro, cinco dias, para ver como é que fica esse preço”, diz.
De quanto será essa queda?
É difícil prever. O preço internacional do petróleo sofreu um choque forte, mas pode mudar rapidamente. Lá fora, a queda de preços depende do estágio da epidemia de coronavírus e da retomada da economia mundial. E também de um possível acordo entre os países produtores de petróleo.
“Agora, eles estão brigando entre si, mas amanhã eles podem sentar na mesa e conversar. Esse preço baixo não ajuda ninguém, todo mundo perde. Perde a Arábia Saudita, perde a Rússia, perdem os EUA, perde o Brasil”, afirma Pires.
A extensão da queda de preços que a Petrobras pode aplicar vai depender do cenário externo nos próximos dias.