Uma operação resgatou 59 trabalhadores em condições análogas à escravidão, em obras da construção civil, nas cidades de João Pessoa e Cabedelo. A fiscalização realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), constatou que os trabalhadores eram mantidos em condições degradantes e análog
as à escravidão.
As obras inspecionadas ficam no bairro de Manaíra, na Capital, e nas praias do Poço e Ponta de Campina, no litoral de Cabedelo.
De acordo com o procurador, os trabalhadores são naturais de diferentes municípios do interior da Paraíba: Alagoa Grande, Mari, Sapé, Mulungu, Serra Redonda, Gurinhém, Sobrado, Caiçara, Juazeirinho, Itabaiana, Mogeiro, Borborema e Serraria.
Eles foram contratados para prestar serviços na construção de edifícios à beira-mar, todos em condições degradantes, seja nas frentes de trabalho ou nas condições dos alojamentos. Os trabalhadores foram contratados para as funções de servente, pedreiro, mestre de obras, betoneiro e guincheiro.
Alojamentos em condições degradantes
De acordo com o procurador do trabalho Igor Costa, em três das construções fiscalizadas, “os trabalhadores estavam alojados dentro das próprias obras; alguns no subsolo, sem ventilação, sem janelas e expostos a muita poeira; outros trabalhadores dormiam em quartos inacabados. As camas eram improvisadas com restos de materiais da construção, colchões em cima de tijolos e cavaletes”.
Além disso, as instalações sanitárias eram inadequadas e em número insuficiente. “Por exemplo, um vaso sanitário era compartilhado por 30 pessoas. Também não tinham água filtrada. A água era da torneira e não havia recipiente adequado para armazenamento”, afirmou o procurador.
Os 59 resgatados trabalhavam para quatro construtoras. “Em uma das empresas, havia uma casa de apoio para alojamento dos trabalhadores, mas ela estava superlotada e com péssimas condições estruturais, em cenário igualmente degradante”, acrescentou.
Portal Correio