Porém, acabou transferida para o hospital onde o esposo é chefe do pronto-atendimento, para não só,contar com o apoio da direção a fim de manter o parto em sigilo, mas como a própria estadia da mulher no hospital.
Para que a informação não vazasse, a direção do Albert Sabin se reuniu com funcionários durante a semana para detalher como seria o esquema rígido de segurança, inédito para os padrões do hospital.
Suzane chegaria ao hospital na madrugada da sexta, usando um moletom com capuz para cobrir a cabeça. Depois, entraria pelos fundos, acessando um dos laboratórios, passando rapidamente para o quarto 117, onde seria recepcionada.
Segundo orientações repassadas, médicos, enfermeiras e técnicos de enfermagem eram expressamente proibidos de falar com Suzane sobre qualquer assunto que não fosse o parto, com o risco, inclusive, de serem demitidos, caso descumprissem a determinação. Além disso, os funcionários do hospital também não podiam repassar para fora qualquer informação sobre a mulher – desde estado de saúde até o fato de estar internada lá.
Bochicho generalizado
Operadores de telefonia também foram instruídos de que todas as ligações feitos no período que Suzane esteve no hospital seriam monitoradas para identificar possíveis vazamentos.
“Ficou todo mundo apreensivo, com medo de ser punido. Foi um bochicho generalizado. Quando a informação do parto vazou, ficamos com medo de ser alvo de investigação ou sindicância, porque muita gente viu Suzane no hospital”, conta uma funcionária, que prefiriu não se identificar.
Suzane deixou o hospital na noite de sábado (27/1), por volta de 21h30. Não recebeu qualquer visita no período internada fora a presença do marido. Assim como na chegada, ela deixou o local pelos fundos, ao lado de dois seguranças e da enfermeira de plantão. Inicialmente a alta estava prevista para o domingo ou segunda, mas a mulher preferiu ser acompanhada no pós-cesárea em casa, feita pelo próprio marido.
Permissão da Justiça
Para ser internada durante a madrugada em Atibaia, Suzane também teve de pedir permissão à Justiça, já que ela cumpre pena em regime aberto necessariamente em Bragança Paulista.
Os dois municípios são limítrofes e distanciam-se meia hora de carro pela rodovia Fernão Dias (BR-391). Pelas regras estipuladas na Lei de Execução Penal (LEP), Suzane não pode sair da jurisdição da cidade-domicílio declarada por ela no fórum de Bragança Paulista.
De acordo com as regras do regime, inclusive, Suzane só poderá sair com o filho na rua entre 6h e 20h. Caso viole as regras estabelecidas, a mulher voltará para a cadeia. A pena terminará apenas em 2041, ano em que o filho da mulher estará com 17 anos.
Metrópoles