Neste sábado (5), o governo de Sergipe decretou situação de emergência, e o projeto Tamar suspendeu a soltura de filhotes de tartarugas marinhas por conta do problema. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro determinou uma investigação sobre as origens do óleo.
“Viemos aqui [em Sergipe] cumprindo uma determinação do presidente da República, para tomar as medidas urgentes, para determinar em 48 horas, no prazo que ele assinalou, a resposta técnica para aquilo que podem ser as origens desse vazamento de óleo”, afirmou o ministro após o sobrevoo.
Ele citou que “até o momento não se sabe com precisão que óleo é esse” e pediu cautela com relação às informações sobre a gênese do material.
“A nossa preocupação agora é verificar, efetivamente, quais as medidas de aprofundamento da identificação das origens desse óleo. Se sabe que não é um óleo de origem brasileira”, declarou.
Uma investigação inicial já havia apontado uma origem comum para todo esse material que está poluindo as praias. Além disso, a Petrobras já confirmou tratar-se de petróleo cru, que não é produzido no Brasil.
“O que a gente tem de informações, no momento, é o seguinte. Trata-se de um material que, a princípio, não vem de nenhuma origem brasileira. E por outro lado, pela densidade dele – é mais espesso, essa borra bastante espessa –, parece algo velho, que estava depositado em algum lugar”, afirmou Salles na entrevista.
58 toneladas de óleo retiradas em SE
Ministro do Meio Ambiente desembarcou em Aracaju de onde partiu em helicóptero — Foto: ASN/SE
De acordo com o ministro Ricardo Salles, a operação para recolher o material começou em 2 de setembro e envolveu o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgãos estaduais dos diversos estados, municípios e a Marinha.
“São 42 municípios do litoral, com operações coordenadas em parcerias pelo sistema do Ibama, em conjunto com o grupo do ICMBio. 58 toneladas de óleo já foram retiradas pelas equipes [em Sergipe]”, calculou.
Ainda segundo ele, equipes do Ibama utilizaram um avião com sistema de radar e helicóptero para auxiliar nos trabalhos.
“Essa aeronave do Ibama – que tem sensores horizontais, radares, câmeras de alta resolução – vem fazendo a varredura de todo o litoral, do Maranhão até Sergipe. Todo ele foi rastreado e sobrevoado por essa aeronave, com todos esses sistemas. E mesmo assim, não se detectaram as manchas. Qual é a constatação que se faz? É que é uma parte de óleo mais pesada, ela vem por baixo do nível do mar – não vem por cima, flutuando. Ela está tocando a costa em todo o litoral, e depois a própria maré retira de volta essas borras de óleo, e elas voltam para a costa novamente.”
Salles disse ainda que, por conta disso, “é importante haver rapidez nessa retirada agora daquilo que está na areia e contendo portanto toda essas borras de óleo para que elas não retornem”.
Ele informou também que o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, alertou para o perigo da proximidade da substância com o Rio São Francisco. Segundo o ministro, equipes da Marinha, do ICMBio e do Ibama, além de equipes da Petrobras, vão intensificar o trabalho.
Manchas voltaram a se encontradas na praia de Pirambu — Foto: Ibama/SE
A quantidade de manchas em Sergipe, fez não só decretar estado de emergência como recomendar que a população não utilize as 12 praias atingidas. São elas:
- Aracaju – Atalaia e Mosqueiro
- Barra dos Coqueiros – Atalaia Nova, Barra, Costa, Jatobá e Porto
- Estância – Abaís, Caueira, Estância
- Pacatuba – Porto dos Mangues
- Pirambu – Praia de Pirambu
Além disso, ainda em Pirambu, as manchas atingiram a área de praia do maior berçário de tartarugas da espécie oliva do país, na reserva Santa Isabel, que fica no município.