Foram apenas segundos, mas tempo suficiente para a pequena Maitê, de 2 anos, quase se afogar na piscina de casa, em Indaial, Santa Catarina. A mãe dela, Maria Isabel Pereira, decidiu divulgar o vídeo que flagrou o episódio como forma de alerta.
No Brasil, afogamentos em piscinas são a segunda maior causa de morte acidental de crianças de 1 a 4 anos — e 90% dos casos ocorrem em ambientes familiares.
Maria contou que estava com a filha na piscina aproveitando o calor de terça-feira (14) quando saiu para desligar o macarrão no fogão, em um área ao lado. Mal a mulher virou as costas e a menina, que estava na parte rasa, caiu no fundo.
— Meu marido veio me trazer uma nota e escutou o barulho, saiu correndo e conseguiu retirar ela muito rápido. Ela nem engoliu água. Quando a abracei e vi que saiu sã e salva, parecia que eu tinha abraçado o mundo — lembra a mãe emocionada.
Capitão dos bombeiros militares em Blumenau, Jonas Lemos Talaisys ressalta que crianças só podem permanecer na água acompanhadas. Outra orientação é criar barreiras físicas, como cercas, para que os pequenos não possam ter acesso livre às piscinas.
— O afogamento de crianças é rápido e pode ser silencioso, pois elas podem submergir rapidamente — reforça o profissional.
Mesmo acompanhadas, a recomendação é também equipar as crianças com coletes salva-vidas ou boias. Se o pior acontecer, os pais devem retirar imediatamente a criança da piscina, primeiro jogando uma boia e depois pulando na água para resgatá-la. Em seguida, deve-se ligar imediatamente para o Samu, pelo telefone 192, ou para o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193.
Assista ao vídeo
O que fazer em caso de afogamento
A primeira coisa a fazer é verificar se a criança está respirando, se o tórax está se expandindo. Se for um afogamento de grau mais leve, a criança vai estar tossindo, com espuma saindo pela boca. Nesse caso, basta mantê-la aquecida e deixá-la lateralizada para o lado direito para que essa espuma saia.
A Secretaria de Saúde de Santa Catarina elaborou um guia para que os pais possam agir de maneira eficaz seguindo algumas orientações do Samu. Confira:
- Criança não responde: Se não houver resposta da criança afogada (movimento ou reação à ventilação), assuma que o coração está parado, coloque a mão no centro do peito, bem na linha dos mamilos, e faça 30 compressões, alternando duas ventilações, ou, na dúvida, mantenha compressões contínuas até o socorro chegar.
- Posicionamento adequado: Coloque a criança com a cabeça e o tronco na mesma linha horizontal. A água que foi aspirada durante o afogamento não deve ser retirada, pois estas tentativas podem prejudicar e retardar o início da ventilação e oxigenação da criança. Além de facilitar a ocorrência de vômitos.
- Checagem de respostas: Verifique se há resposta da criança; se houver, coloque em posição lateral direita e aguarde o socorro.
- Sem resposta: Caso a criança esteja inconsciente, chame o SAMU. A ausência de respostas implica em 2 possibilidades principais: ela está viva e não responde ou está em parada cardiorrespiratória (PCR).
- Cheque a respiração: em seguida abra as vias aéreas, colocando dois dedos de uma mão no queixo e a outra mão na testa e estenda o pescoço.
- Se existir respiração: se há movimento do tórax e depois das manobras de abertura das vias aéreas for constatado que há respiração, coloque a criança em decúbito lateral direito e aguarde o socorro chegar.
- Se não houver respiração: inicie 5 ventilações boca-a-boca. É recomendável a utilização de barreiras de proteção (máscaras), mas sua ausência não é impedimento.
NSC Total