São Paulo — O estado de São Pauloregistrou em setembro deste ano 2.522 focos de incêndio, um recorde histórico em relação aos meses de setembro desde 1998. O número supera o de 2020, quando foram contabilizados 2.254 focos de fogo no estado. Além disso, representa 31,7% do total de 7.932 registrados até o momento em 2024.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (1º/10) pelo monitoramento de focos ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(Inpe), indicam ainda que o total de focos registrados no mês é 6,7 vezes maior que o contabilizado em todo o mês de setembro do ano passado, quando 375 focos ativos foram listados.
As cidades com mais incêndios em setembro foram Andradina (85), Santo Antônio do Aracanguá (76), São Carlos (70), Ituverava(50), Morro Agudo (50) e Penápolis (50).
O mês de agosto também bateu esse recorde em relação aos meses de agosto desde 1998. Neste ano, o estado registrou 3.612 focos de incêndio no mês 8, superando o ano de 2010, quando 2.444 focos foram contabilizados. A marca representa 45,5% do total de todos os focos registrados no estado até o momento em 2024.
Algumas cidades que se destacaram com o total de focos registrados em agosto são Pitangueiras (100), Altinópolis (97), Ibitinga (77), Sertãozinho (72) e Olímpia(63).
O Programa BDQueimadas, organizado pelo Inpe, monitora os focos ativos com base em satélites de referência, para obter os dados que compõem a série histórica e permitem o comparativo entre diferentes períodos.
Focos ativos
O estado de São Paulo registra três focos ativos de incêndio nesta terça. As cidades atingidas são Luís Antônio, Piacatu/Rinópolis (divisa) e Santa Isabel, no interior paulista. A informação foi divulgada pela Defesa Civil na primeira atualização do dia, às 6h30 desta terça. Nesta manhã, estão sendo utilizadas oito aeronaves no combate às chamas, sendo seis de asa fixa e duas de asa rotativa.
A Defesa Civil, por meio do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), alerta para risco de incêndio até esta quarta-feira (2/10) em todo o estado de São Paulo. Ao todo, são 48 municípios em alerta.
O Mapa de Risco de incêndio (veja abaixo), que é uma das ferramentas tecnológicas que auxiliam a Defesa Civil no monitoramento de queimadas em vegetação durante o período da estiagem, indica grau máximo de risco em quase todas as faixas do estado.
Segundo o órgão, os próximos dias deverão ser marcados pela presença de tempo seco e firme em todo estado. Como não há previsão de incidência de chuva, o destaque girará em torno das temperaturas, que se elevam gradualmente, garantindo a sensação de calor e abafado em todo o território paulista.
Como o tempo estará seco, os índices de umidade relativa do ar devem cair no período da tarde, aumentando o risco para incêndios florestais, exceto na faixa litorânea. Por conta desse cenário, a atenção deve ser especial em áreas de vegetação seca devido ao risco para queimadas.
Prevenção e cuidado
Com risco elevado para queimadas e previsão de tempo quente e seco, são recomendados cuidados com a saúde, que incluem hidratação constante e proteção do sol. A prática de atividade física ao ar livre deve ser evitada nos horários mais críticos do dia e é recomendado o uso de soro nos olhos e nariz.
A Defesa Civil do Estado, em colaboração com as Defesas Civis Municipais, implementa diversas medidas preventivas, incluindo vistorias nas áreas mais vulneráveis às queimadas, a construção de aceiros e o reforço nas campanhas de conscientização direcionadas à população.
Ainda são destacadas medidas que devem ser adotadas pela população na prevenção de incêndios:
- não colocar fogo em áreas de vegetação seca;
- não jogar bitucas de cigarro em beiras de rodovias;
- não realizar a limpeza da área rural utilizando técnicas com fogo;
- não queimar lixo;
- não soltar balão.
A inalação de fumaça proveniente dos incêndios agrava problemas respiratórios. Por isso, a recomendação é procurar atendimento médico em caso de sintomas como falta de ar, tontura, dor e chiado no peito.
A Defesa Civil alerta que, ao avistar fumaça suspeita ou fogo de incêndio em mata, é preciso informar imediatamente o Corpo de Bombeiros (193).