segunda-feira, agosto 11, 2025
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Tarifaço: governo lança nesta semana plano de contingência para ajudar empresários

O governo federal deve divulgar nesta semana o plano de contingência para proteger os setores afetados pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. As propostas do Ministério da Fazenda e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em parceria com outras pastas da Esplanada, foram finalizadas na última quarta (6) e apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, a expectativa é de que o plano seja apresentado já nesta terça-feira (12). Alckmin é quem lidera as negociações com os Estados Unidos e quem ouve as principais demandas dos setores brasileiros que serão afetados.

O vice-presidente, em declarações públicas ao longo dos últimos dias, reforçou que o principal objetivo do plano é manter os empregos dos trabalhadores.

Até o momento, algumas hipóteses são avaliadas pelo governo: a compra de alimentos perecíveis que seriam exportados para escolas da rede pública, além de algum tipo de auxílio como o que foi aplicado durante a pandemia do Sars-CoV-2, em 2020.

Na semana passada, Alcm explicou que será estabelecida uma análise setorial, considerando a dependência do mercado externo por parte de alguns segmentos. Ele citou o caso do Ceará, que possui um alto nível de exportação para o país norte-americano, principalmente no mercado de pescados.

Ainda de acordo com Alckmin, o principal objetivo agora é reduzir as alíquotas e excluir o máximo possível do tarifaço. Paralelamente, será implementado um plano de contingência para apoiar os setores mais afetados pelas exportações para os Estados Unidos.

“Mais da metade das exportações brasileiras foram excluídas, sendo que 45% estão fora da ordem executiva, em torno de 18% estão na seção 2-3-2, igual a nossa alíquota e ao mundo. Isso não perde a competitividade. Mas em torno do 37% a 38% — aí fica 10% mais 40%—, é um nível de alíquota altíssima”, analisou.

Negociação

Apesar do início do tarifaço, o Brasil segue tentando diálogo com os EUA. De acordo com Alckmin, a intenção é mostrar que a medida do presidente Donald Trump é um “perde-perde”.

“É uma coisa ruim também para os Estados Unidos, que vão encarecer os produtos americanos, romper cadeias produtivas. Se você pegar o caso do aço, nós somos o terceiro importador do carvão siderúrgico. Fazemos o aço semiplano e vendemos para os Estados Unidos, que fazem o automóvel, a máquina, o equipamento, o avião. Então, você tem uma cadeia que acaba sendo encarecida”, constata.

Na última quinta-feira, o vice-presidente se reuniu com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. No encontro, segundo Alckmin, foi exposta a possibilidade de negociar temas como data center, big techs e minerais estratégicos.

Tarifaço em vigor

A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros começou a valer na última quarta-feira (6), conforme determinado por ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump. A Casa Branca justificou a medida afirmando que o Brasil representa uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional e à economia americana — alegação contestada por autoridades brasileiras.

De acordo com o vice-presidente, cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA serão atingidas pela nova taxa. Ainda assim, uma série de produtos foi excluída do tarifaço, como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.

Portal Correio

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