“Foi doloroso aceitar a realidade. Uma tortura, sentimentos de culpa, raiva de si mesmo, revolta, depressão, vergonha e tantos outros que contribuíram para me fazer sentir destruída em várias dimensões da vida – econômica, sentimental e afetiva”, declarou.
Os dois se conheceram durante uma festa de São João em Bananeiras, no Brejo paraibano. Ele afirmava ser empresário e geólogo e trabalhar para a Petrobrás. Desde o início, o suspeito se mostrou gentil, prestativo e solícito, fazendo com que ela se sentisse atraída afetivamente por ele e que o casal começasse a namorar.
Com pouco tempo, começaram os planos de casamento, e ele sugeriu que os dois comprassem um carro e um apartamento. “Como sendo eu uma simples funcionária pública e ele se apresentando como um funcionário efetivo da Petrobrás e tendo mais uma pensão da esposa que falecera, a qual era promotora pública em Salvador, jamais poderia imaginar que a minha renda ou qualquer patrimônio material meu pudesse interessá-lo”, disse.
O homem explicou a ela que iria fazer uma viagem, alegando que iria trabalhar em uma plataforma da Petrobrás. De lá, ele pediu que parte do dinheiro para a entrada das duas compras fosse depositada para ele. Depois disso, os contatos com ele começaram a ficar mais escassos e ela nunca mais o viu.
“Foram anos e anos fazendo economia, juntando e poupando até chegar ao valor que ele roubou sem piedade, isso além de abusar da minha afetividade, usando como um objeto, tornando vítima de seu cruel golpe”, disse a vítima.
Logo a funcionária pública descobriu que o nome que ele usava era falso e que ele nunca trabalhou para a Petrobrás. Também descobriu que as negociações do apartamento e do carro eram falsos e que existiam vários processos em andamento, por estelionato, contra o homem que a enganou.
Polícia investiga estelionatário
Em João Pessoa, a vítima acionou a Delegacia de Defraudações e Falsificações para investigar o ex-namorado. Mais de seis meses depois, o delegado Lucas Sá explicou que o caso segue na Justiça, esperando alguma decisão, e que o suspeito responde ao processo em liberdade.
“Esse tipo de golpe consiste no ganho de confiança e depois na solicitação de valores a título de empréstimo. No entanto esses valores nunca são devolvidos”, esclareceu o delegado.
Para o policial, é importante que outras pessoas sejam alertadas sobre golpes como esse. Ele orienta que qualquer pessoa procure a Delegacia de Defraudações e Falsificações sempre que desconfiar de alguma negociação.
“A recomendação é de nunca passar valores de maneira informal. Deve sempre procurar fazer através de contrato (contrato simples – uma página) e recibo dos valores entregues. Pedindo sempre a cópia do documento de identificação. Se for um golpista, ele vai ‘cair fora’. No entanto, quase todas as vítimas não fazem isso. Agem sempre com base na confiança e depois são lesadas”, explicou Lucas Sá.
G1PB