Combustível extra foi solicitado para abastecer duas lanchas, porém as duas embarcações estão sem funcionar há pelo menos um ano. Lanchas que seriam usadas em ação de patrulhamento no mar estão fora de funcionamento, segundo o próprio comandante do Batalhão de Busca e Salvamento (BBS), capitão Ubiratan Osório da Paz.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai instaurar procedimento administrativo para investigar denúncia envolvendo pagamento indevido de combustível para duas lanchas do Corpo de Bombeiros.
Fotografias enviadas, na última quarta-feira (20/012), para a redação do JORNAL DA PARAÍBA e entregues à Promotoria do Patrimônio Público mostram as embarcações com sinais de falta de uso.
Elas estavam sujas, cobertas por folhas de árvore e apoiadas sobre suportes com pneus vazios na área externa do Batalhão de Busca e Salvamento, na praia do Cabo Branco. O comandante do quartel, major Arthur Tibério Vieira, confirmou que os veículos estão quebrados.
Apesar disso, no último dia 15, a direção do Batalhão de Busca e Salvamento solicitou 100 litros de gasolina com a finalidade de abastecer as lanchas e usá-las em operações marítimas.
Cópias de documentos assinados em nome do subcomandante do Batalhão de Busca e Salvamento, capitão Ubiratan Osório da Paz, que solicitam o abastecimento, mostram que 60 litros do combustível já foram entregues e pagos pelo Governo do Estado.
As fotos e documentos foram entregues à promotora Fabiana Lobo, que responde provisoriamente pela Promotoria do Patrimônio Público. “As fotos sugerem que as lanchas estejam sem uso já algum tempo. Fiz um despacho e determinei a instauração de processo administrativo para investigar o caso e oficializar as pessoas envolvidas para dar explicações”, declarou a promotora.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA teve acesso aos documentos entregues ao Ministério Público. São dois ofícios, de números 498 e 497, com datas de 14 de dezembro de 2011.
Os documentos foram assinados pelo subcomandante do Batalhão de Busca e Salvamento (BBS), capitão Ubiratan Osório da Paz e endereçados a Francisco Neuman Holanda Lins, coordenador da Gerência Executiva de Controle e Manutenção (Gecov), setor do Governo do Estado responsável pelo fornecimento do combustível.
Os ofícios solicitam o fornecimento de uma cota extra de 100 litros de gasolina para as duas lanchas e justificam que as embarcações serão usadas em ações de salvamento no mar, durante o fim de semana.
Foram solicitados 50 litros de gasolina para a lancha de placa BAR 0001, do ano de 2003, e com a seguinte numeração individual: 1018825. Os outros 50 litros foram solicitados para outra lancha, com placa BAR 0007, ano de 2003, com numeração 103748-0.
Segundo a documentação, 60 litros da gasolina solicitada já foi fornecida desde o dia 15 de dezembro. No entanto, as duas embarcações com as descrições mostradas nos ofícios estão sem funcionar e paradas na área externa da base dos bombeiros, no Cabo Branco.
Segundo militares que trabalham no local e que não quiseram se identificar, as lanchas não funcionam há, pelo menos, um ano.
Da Redação com Jornal da Paraíba