Crime aconteceu na última segunda-feira (5), no bairro de Manaíra, em João Pessoa.
O corpo do cabo André Pereira foi enterrado no Cemitério de Santa Catarina, no Bairro dos Estados, em João Pessoa, na manhã desta quarta-feira (7). Ele foi baleado e morto pelo soldado Álvaro Tavares, colega da Polícia Militar, na última segunda-feira (5), em João Pessoa.
O enterro reuniu parentes, amigos e colegas de profissão. O corpo já havia sido velado na terça-feira (6), na Central de Velórios São João Batista, no bairro de Tambiá, no entanto, o enterro foi adiado para esperar a vinda de parentes da vítima que moram no interior.
Segundo o comandante da 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (6ª CIPM) em Cabedelo, major Kelton Pontes, o soldado Álvaro Tavares, dentro do próprio apartamento, localizado no bairro de Manaíra, atirou e matou o cabo André Pereira, que trabalhava no 5º Batalhão de Polícia Militar.
O soldado Tavares – que é lotado na 6ª CIPM – foi encaminhado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, mas foi liberado após ser ouvido, uma vez que se apresentou voluntariamente. O suspeito vai responder ao crime em liberdade.
Desentendimento e ameaça
De acordo com o major Kelton, o suspeito é primo da esposa da vítima. O desentendimento entre o cabo André e o soldado Tavares começou no domingo (4), conforme contou a esposa do cabo, Dayse Maria Pessoa Farias da Silva. “Ele [o soldado] sempre foi violento desde criança e todo mundo tinha medo dele. Quando chegou lá, ele já recebeu André a tiros”, declarou a esposa ao advogado Luciano Carneiro.
Segundo a defesa do cabo André, o motivo do desentendimento foram supostas agressões do soldado Álvaro Tavares em um tio idoso, dentro da casa onde moram. O cabo André teria tentado conversar com o soldado, mas, segundo o advogado, recebeu uma ameaça de morte caso aparecesse no apartamento.
À noite, após o jantar, André parou o carro em frente ao prédio de Tavares e disse que subiria para conversar. Dayse pediu para que ele não fosse, mas recebeu como resposta que só seria uma conversa. “Quando chegou lá, ele (Tavares) já recebeu André a tiros. Essa versão que estão dando é mentira, ele já estava ameaçando todo mundo. Todo mundo tem medo dele”, confessou Dayse.
Advogado do suspeito alega legítima defesa
De acordo com Luiz Pereira, advogado do soldado Álvaro Tavares, o motivo do desentendimento entre os policiais foi uma desavença entre os familiares. “Uma parte da família achava que não estavam (Tavares e a mãe) dando atenção ao tio e foram cobrar essa atenção”, explicou o advogado.
A defesa ressaltou que a esposa de André, Dayse Maria, não gostou do desentendimento e conversou sobre o assunto com André. “Ele resolveu fazer justiça com as próprias mãos e tirar a vida de Tavares”, detalhou Luiz Pereira. “Quando (André) anunciou que foi para matar, Tavares estava armado e disparou contra André, que caiu com a arma na mão, dentro da casa de Tavares”, completou.
A tese da defesa de Álvaro Tavares é que o soldado agiu em legítima defesa. “Se ele não tivesse matado, teria morrido. O andré saiu predestinado a matá-lo”, afirmou. O advogado Luiz Pereira ainda contou que após os disparos, André caiu morto, Tavares isolou o local, ligou para o 190, informou a situação ao comandante Kelton e permaneceu no local até a chegada da viatura da Polícia Militar.
Segundo o coronel Arilson Valério, da Polícia Militar, o cabo André Pereira estava afastado do trabalho para acompanhamento psicológico e não poderia estar portando uma arma, de acordo com o coronel Valério, da Polícia Militar. A suspeita é que o cabo André Pereira estava manuseando uma arma particular.
G1PB