O diretor da maternidade explicou que, como a menina é muito nova, a opção nesses casos é que o bebê seja retirado antes de a gravidez chegar a 41 semanas.
“Ela, com 34 semanas, deve retornar para Cruzeiro do Sul para que a gente possa fazer a cirurgia cesária, e tentar fazer com que aconteça tudo da melhor forma possível. Como ela tem uma idade bem inferior à de outras grávidas, até mesmo para a gente ter uma segurança maior para a criança e para o bebê que ela espera, o procedimento deve ser esse,” esclareceu.
A história veio à tona depois de uma postagem da vereadora de Tarauacá Janaína Furtado (Rede). “Estarei acompanhando o desfecho desse caso que só nos entristece”, escreveu ela.
Procurado pelo G1, o delegado do município, Cleber Gnatta, disse que não vai comentar o assunto por se tratar de estupro de vulnerável.
A reportagem também entrou em contato com o MP-AC, por meio da assessoria de imprensa, e com a Vara do município de Tarauacá. Eles informaram que não vão comentar o caso, por se tratar de segredo de Justiça.
Menina tem epilepsia e recebe apoio psicológico
O Conselheiro Tutelar de Tarauacá, Antônio de Souza Castro, disse foi informado do caso pelo hospital do município, no início de dezembro. Segundo ele, a menina, que completou dez anos em março deste ano, passou a receber apoio psicológico.
Segundo o Conselho Tutelar, a mãe da menina vive em um seringal na cidade de Jordão.
“Aconteceu o fato, encaminhamos para a Justiça, MP, delegacia, o que estava à altura do Conselho Tutelar nós fizemos. Agora, ela recebe atendimento psicológico”, explicou Castro.
O conselheiro afirma que houve um pedido da Justiça para que os médicos avaliassem os riscos da gestação.
“O juiz pediu para os médicos darem um parecer, orientaram o pai sobre o risco que uma criança de dez anos corre no estado de gestação. Encaminharam para Cruzeiro para a obstetra fazer novas avaliações porque, em caso de abuso sexual, estupro, o aborto é garantido por lei”, disse.
O conselheiro diz que a criança tem epilepsia e que o hospital de Tarauacá não tem estrutura necessária para atender o caso.
“Corre o risco, porque ela tem epilepsia. Tarauacá não tem estrutura para um parto como esse. Ela será acompanhada, vai fazer o pré-natal no posto de Saúde e depois volta para Cruzeiro do Sul para a fazer o parto”, explicou.
Colaboraram Dayane Leite e Glédisson Albano, da Rede Amazônica Acre.
g1