sexta-feira, abril 19, 2024
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Polícia Civil conclui que PM matou jovem após ele empinar moto em SP

Polícia Civil pede o indiciamento de policial militar rodoviário por homicídio e fraude processual, devido a implantação de arma de fogo na cena do crime.

A Polícia Civil do Estado de São Paulo concluiu que o policial militar rodoviário investigado por matar com um tiro na cabeça o jovem Aelson Maurício da Silva Júnior, de 24 anos, após ele empinar a moto em Itariri, no interior de São Paulo, cometeu homicídio. No relatório final enviado a Justiça, o delegado Arilson Veras Brandão, responsável pela investigação do caso, pediu o indiciamento do investigado e de seu parceiro de trabalho.

De acordo com a autoridade policial, a investigação concluiu que os policiais envolvidos alteraram a cena do crime implantando um revólver calibre 32 no local para justificar uma legítima defesa do investigado. Além disso, a investigação apontou também queo companheiro de trabalho do autor do disparo prestou falso depoimento.

Um laudo pericial já havia revelado que não havia partículas de chumbo e pólvora nas mãos de Aelson, morto dia 23 de maio. Caso as substâncias fossem encontradas, haveria comprovação de que ele usou o revólver e reforçaria o depoimento dos policiais sobre o ocorrido.

Moradores da região e amigos de Júnior, afirmam que jovem pediu que o PM não o matasse em Itariri, SP — Foto: Arquivo pessoal

Moradores da região e amigos de Júnior, afirmam que jovem pediu que o PM não o matasse em Itariri, SP — Foto: Arquivo pessoal

Diante dos fatos, a polícia concluiu que o tiro disparado pelo Policial Militar Rodoviário contra o rapaz não teve justificativa legal para conduta e comunicou o ocorrido ao órgão da Polícia Judiciária Militar, que acompanha o caso. Conforme registrado no relatório final da Polícia Civil, apesar de ter ocorrido de fato a perseguição, assim como a tentativa do abordagem do jovem sem sucesso, a vítima não tinha antecedentes criminais e a moto conduzida estava em situação regular.

Além disso, segundo registrado no documento, a única possível prova contra Aelson seria a arma encontrada na cena do crime. Porém, os laudos dos exames residuográficos apontaram resultado positivo para disparo de arma de fogo por parte dos policiais e resultado negativo para o jovem morto.

Testemunhas também reforçaram que o jovem não estava armado e pediu que não atirassem contra ele. Com a investigação, os policiais solicitaram o indiciamento do PM que realizou o disparo por Homicídio Simples consumado e Fraude Processual e de seu parceiro de trabalho também por Fraude Processual.

Relembre o caso

ferrador de cavalos morreu após levar um tiro de um policial rodoviário militar, em Itariri, dia 23 de maio. Parentes de Aelson Maurício da Silva Júnior afirmaram que ele não estava armado e foi perseguido após empinar a moto em uma rodovia. A Polícia Militar disse apurar o caso.

Júnior foi perseguido pela viatura, segundo o tio, João Batista Silva, depois de empinar a motocicleta na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. O parente relata que o sobrinho estava com ele a trabalho no bairro Raposo Tavares.

Uma das testemunhas, que preferiu não se identificar, relatou ao G1 na época que a ação “foi tiro à queima roupa”. Ela afirmou que Júnior saía da casa de um cliente, em que havia arrumado as ferraduras do cavalo, quando entrou na rodovia para retornar a sua casa. Na estrada, fez uma manobra com a moto e foi flagrado pelos policiais.

De acordo com testemunhas, Júnior parou a moto em uma praça e levou um tiro na cabeça de um PM em Itariri, SP — Foto: Arquivo pessoal

De acordo com testemunhas, Júnior parou a moto em uma praça e levou um tiro na cabeça de um PM em Itariri, SP — Foto: Arquivo pessoal

Após o flagrante, conforme relatos, o jovem iniciou fuga, saindo da estrada e voltando a entrar no bairro Raposo Tavares. Mas, pouco tempo depois, parou em uma praça da região, e pediu que os policiais não atirassem.

Após ser baleado, segundo relatos, enfermeiras da Unidade de Saúde do bairro foram até o local prestar os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas a vítima não resistiu. Após o ocorrido, familiares e amigos de Júnior realizaram protestos na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega pedindo por justiça.

Amigos, familiares e moradores protestaram contra ação da PM contra jovem em Itariri, SP — Foto: Arquivo pessoal

Amigos, familiares e moradores protestaram contra ação da PM contra jovem em Itariri, SP — Foto: Arquivo pessoal

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