Os 13 Bandidos presos roubaram mais 100 milhões de um banco na noite de domingo, 25 de novembro
A Polícia Militar do Maranhão anunciou a prisão, na madrugada desta terça-feira (4), de 13 homens suspeitos de envolvimento no roubo de R$ 100 milhões de um centro de distribuição do Banco do Brasil, no dia 25 de novembro. Na ação, segundo a PM, três suspeitos morreram e outros três ficaram feridos.
O grupo foi preso no município de Santa Luzia do Paruá (a 370 km de São Luís) enquanto transportava em uma carreta parte do dinheiro roubado. A polícia também apreendeu metralhadoras e fuzis que estavam em poder dos homens.
A polícia também apreendeu malotes de dinheiro que podem pertencer ao Banco do Brasil, mas não divulgou o valor. O grupo estava fortemente armado e usava coletes a prova de bala. A polícia apreendeu 11 fuzis, duas metralhadoras calibre .50 de artilharia anti-aérea, duas pistolas e diversos coletes.
Os suspeitos foram levados para a Delegacia Regional de Zé do Doca (a 302 km de São Luís). Os presos devem ser transferidos ainda nesta terça para uma unidade prisional do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
O governador reeleito Flávio Dino (PC do B) afirmou que ficou impressionado com a quantidade de armas que estava em poder do grupo e disse que o combate às organizações criminosas deste porte necessita de ajuda do governo Federal.
“Impressiona o arsenal apreendido com a quadrilha de âmbito nacional presa nesta madrugada no Maranhão. São grandes organizações que exigem ações executadas pelo governo Federal, uma vez que ultrapassam as fronteiras (sic) de um único Estado”, comentou Dino, em sua conta do Twitter.
Como foi o assalto
Durante o assalto ao Banco do Brasil, entre a noite de domingo, 25 de novembro, e início de madrugada da segunda, criminosos aterrorizaram os moradores de Bacabal. O grupo realizou atentados contra a delegacia e a sede da Polícia Militar. No mesmo dia do assalto, a policia prendeu sete suspeitos e matou outros três em troca de tiros. Segundo a polícia, 50 pessoas teriam participado do assalto.
Segundo relataram testemunhas, os criminosos fecharam todos os acessos da cidade com carros incendiados, e a ação durou pelo menos duas horas –o que fez com que os moradores não dormissem.
“Mesmo depois [do ataque], ninguém conseguiu dormir, todo mundo se falando pelo WhatsApp, com medo do pior ocorrer. Parecia uma guerra sem fim: tiros, explosões, todos trancados em casa com pânico. Foi muito ruim, demorou muito”, relatou uma vendedora, que preferiu não revelar o nome.
Um outro morador de Bacabal contou ao UOL que o grupo chegou por volta das 22h30 e se dividiu em vários pontos da cidade, fechando também acessos do município. “Os bandidos entraram pelo fundo do prédio do INSS. Eram vários grupos, em vários bairros diferentes. Eles tocaram o terror atirando pra cima e gritando pra ninguém sair de casa”, explicou.
Segundo a testemunha, o principal ataque ocorreu na agência do Banco do Brasil. “Eles abriram o cofre, e tinha um caminhão, e eles tiraram tudo de lá, colocaram o dinheiro dentro, e pegaram pessoas reféns que estavam nas ruas. Eles saíram nos carros e foram embora. Todos os reféns foram liberados logo depois”, disse, citando que a ação terminou por volta da 1h da manhã.
Um dia após o assalto, a polícia do Maranhão afirmou que recuperou R$ 3,5 milhões. O dinheiro recuperado ficou espalhado pela cidade durante a fuga dos criminosos. Parte das cédulas de R$ 100 e R$ 50 estavam com moradores da cidade que pegaram os maços deixados pelo caminho.
Oito pessoas que estavam pegando dinheiro que restou no centro de distribuição foram detidas por furto, entre elas dois policiais militares.
Líder de fação baiana comandou ataque, diz secretaria
Segundo informação divulgada após o assalto pela SSP-MA (Secretaria de Segurança Pública), o ataque a Bacabal foi comandado por José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, líder de uma facção criminosa da Bahia que possui mais de 80 integrantes e que está foragido no Paraguai.
Na Bahia, Zé de Lessa que é especializado em assaltos a bancos, comanda a facção BDM (Bonde do Maluco), a maior do estado e que possui atuação conjunta com o PCC (Primeiro Comando da Capital), mas no Maranhão atuou sozinha, segundo a polícia.
As forças policiais paraguaias e a Interpol foram acionadas para buscar o traficante.