Segundo os relatos da Polícia Civil, os policiais que estavam na Acadepol acharam que estavam sendo atacados.
O tiro que matou o tenente Erivaldo Moneta da Silva, o tenente Moneta, que foi promovido a capitão após sua morte, partiu da arma do diretor da Acadepol, o delegado Severiano Pedro do Nascimento Filho. Foi o que revelou a Polícia Civil, na tarde desta sexta-feira (26), durante entrevista coletiva à imprensa.
O crime aconteceu no dia 10 de setembro, dia do ataque realizado por um grupo de bandidos ao Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes – PB1, em Jacarapé, em João Pessoa, quando houve a fuga de 92 presos. Moneta era tenente da PM e foi assassinado com um tiro.
Segundo os relatos da Polícia Civil, os policiais que estavam na Acadepol acharam que estavam sendo atacados e que a Acadepol seria invadida. O disparo que atingiu o PM entrou pela janela da parte traseira do carro do tenente e o atingiu por trás, na parte posterior do lado direito da cabeça.
De acordo com o superintendente regional da Polícia Civil, Marcos Paulo, os depoimentos de todos os policiais foram convergentes com os laudos periciais realizados.
“Os policiais militares disseram que estavam empenhados na busca e no resgate dos apenados que fugaram, já tinham capturado dois, e estavam em busca de mais fugitivos, e quando eles perceberam que uma moto em atitude suspeita, eles deram voz de parada, eles não pararam, e foi quando eles começaram a disparar como advertência, para o alto, mandando que a moto parasse. Foi quando passaram na frente da Acadepol e por uma fatalidade, os policiais civis naquele momento já estavam verificando o dano, os disparos, que os criminosos tinham passado instantes antes, e eles viram que vinham vários disparos em direção à Acadepol de novo, pensavam que era um novo ataque”, relatou Marcos Paulo, superintendente da Polícia Civil.
De acordo com a Polícia Civil, os policiais não serão indiciados porque estão sob o manto da legítima defesa putativa. “A ação foi legítima”, explicou Marcos Paulo.
O inquérito será encaminhado na próxima segunda-feira (29) para a Justiça, e o superintendente da Polícia Civil acredita que o Ministério Público deva entender da mesma forma que foi apontada na conclusão do inquérito policial, e sendo assim os policiais que atiraram contra a guarnição dos policiais militares não responderão por nenhum tipo de crime.
“Foi um laudo conclusivo no sentido de dizer que a arma de onde saiu o disparo que atingiu, infelizmente, o tenente Moneta, saiu da arma que estava sendo portada pelo diretor da Academia, doutor Severiano Pedro. Ele disse que, no momento, quando corre para poder fechar o portão, ele dá um disparo em direção ao veículo, foi verificado pela perícia que, realmente, só tinha um disparo efetuado pela pistola dele e, infelizmente, aconteceu o que todos nós sabemos”, disse Marcos Paulo.
Ainda de acordo com o superintendente Marcos Paulo, no dia do fato o tenente Moneta estava no carro com mais dois policiais militares. Eles estavam em um carro preto descaracterizado por serem policiais do serviço de inteligência, confirmou a Polícia Civil.
Após o ocorrido, todas as armas, em um total de dez, foram apreendidas – três fuzis e três pistolas que se encontravam com os policiais militares dentro do carro; dois revólveres calibre 38 dos vigilantes que estavam no plantão da Acadepol, a pistola calibre 380 que estava de posse do diretor-geral da academia, além de uma carabina Magal .30 que estava com outro policial militar que estava servindo à Acadepol. A apreensão do armamento foi feita para que fosse realizado o confronto balístico, com o projetil retirado do corpo de Moneta.
Somente hoje, mais de um mês e meio depois da morte do tenente, o titular do inquérito e responsável pelas investigações, delegado de Homicídios, Reynaldo Nóbrega, revelou os detalhes do crime.
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