Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) realizam manifestações neste domingo, 3, em diversas cidades do país com pautas em defesa do ex-presidente e contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Lula (PT). Um dos principais motes foi a anistia a Bolsonaro, que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado.
Em São Paulo, o ato ocorreu na Avenida Paulista e contou com a presença do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, do pastor Silas Malafaia e do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não compareceu. Na semana passada ele já havia informado que passaria por um procedimento médico no Hospital Albert Einstein.
Sem poder sair de casa aos fins de semana por decisão do STF, Bolsonaro tampouco participou presencialmente. Ele acompanhou as manifestações remotamente.
Um vídeo divulgado por aliados mostra o ex-presidente assistindo ao ato em Belém, onde a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro marcou presença.
No Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discursou em um carro de som na orla de Copacabana e colocou o pai no viva-voz para uma breve fala.
A manifestação no Rio reuniu outros parlamentares, além do governador Cláudio Castro (PL), que também discursou.
As manifestações foram impulsionadas pelas recentes sanções impostas pelo governo Donald Trump contra Moraes, com base na Lei Magnitsky. A medida também impulsionou a presença de bandeiras dos Estados Unidos e faixas em apoio a Trump nos atos.
Esta foi a oitava manifestação organizada pelo núcleo bolsonarista desde o fim do governo em 2022 — e a primeira sem a presença física de Jair Bolsonaro.
Tarcísio, o equilibrista
Como mostrou Crusoé na reportagem “O equilibrista”, o tarifaço do governo Trump colocou Tarcísio entre salvar o clã Bolsonaro e pensar no bem do estado de São Paulo.
Somente em 2024, o estado exportou quase 13,6 bilhões de dólares aos EUA – aproximadamente 33% de tudo aquilo que o país mandou para lá.
Dado o impacto negativo das tarifas para o estado, Tarcísio procurou a embaixada dos EUA no Brasil para iniciar um diálogo e buscar uma solução.
A iniciativa irritou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que reclamou publicamente da “subserviência servil às elites” do governador de São Paulo.
“Prezado governador Tarcísio de Freitas, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades.
Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu o filho de Bolsonaro no X.