O prefeito Veneziano Vital do Rego (PMDB) teria vencido as eleições municipais em Campina Grande se tivesse dito durante a campanha que, perdendo, iria abandonar a cidade, suspender o pagamento dos fornecedores, atrasar salário dos servidores e comprometer os serviços básicos por considerar que sua gestão só teria sentido se continuada.
Pra evitar o caos que a prefeitura se encontra hoje, os campinenses iriam preferir, mesmo achando ruim, que ele continuasse. Porque Veneziano mostrou, após o resultado das eleições, que o que está ruim pode sim piorar muito. O cenário é de pós guerra.
“O pior é que o prefeito desapareceu. Ninguém responde nada. Secretários não são encontrados. Ninguém responde ofício. Parece uma cidade fantasma”, declarou o presidente do Sintab e vereador eleito, Napoleão Maracajá. Segundo ele, prestadores de serviço estão sem receber a dois meses e doze dias, agentes de trânsito também estão com salários atrasados, alguns aposentados e alguns setores da saúde.
“E ainda temos mais três folhas pra frente: novembro, dezembro e o décimo terceiro”, lembrou Maracajá. Ele declarou que não está descartado o pedido para que a Justiça possa bloquear as verbas federais da prefeitura e determinar o pagamento dos servidores.
Diante de tudo isso, o prefeito Veneziano Vital do Rego ainda não deu um pronunciamento sequer. Está em seu bunker como se contasse as horas de sua queda da prefeitura, sem levar em consideração que a Lei de Responsabilidade Fiscal anda com seus olhos frios a espreitá-lo, “e há deixar-lhe apenas os cabelos na frialdade inorgânica da terra”.
Luís Tôrres
