O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), lamentou os protestos ocorridos na Paraíba e atribuiu a falta de segurança dentro da Assembleia Legislativa ao governo do Estado, bem como aos deputados Anísio Maia (PT) e Estela Bezerra (PSB) por terem incitado as lideranças dos movimentos sociais, que invadiram as galerias e quebraram o vidro de uma das portas de entrada do Plenário.
Cunha foi vaiado por várias vezes e nem chegou a fazer pronunciamento na Tribuna sobre os temas propostos pela Câmara itinerante, que envolvem a Reforma Política e o Pacto Federativo. Ele ficou o tempo todo sentado na Mesa Diretora e cercado por agentes federais.
Em entrevista à imprensa concedida em meio a um ambiente tumultuado, o presidente da Câmara Federal lamentou não ter podido cumprir com a sua missão e atribuiu o clima de insegurança ao governador Ricardo Coutinho (PSB). Ele disse que se sentiu desrespeitado.
“A manifestação foi coordenada pelo deputado Anísio Maia, que trouxe para cá manifestantes da CUT, e a deputada Estela Bezerra, que é ligada ao movimento LGBT. Esses dois deputados que introduziram na Assembleia os manifestantes, e a deputado Estela impediu que a polícia viesse fazer a segurança requisitada pela presidência da Assembleia Legislativa”, disse.
Cunha disse ainda ter achado estranho que o governador não tenha garantido a segurança para um evento político para uma outra Casa.
”Ele demonstrou que aqui não se respeita, como Brasília se respeita, a independência dos Poderes. Foi lamentável que o governador tenha se furtado de garantir o patrimônio público. Foi uma omissão e o governador é o responsável. Não existe um lugar que eu vá que não tenha a garantia de segurança dada pelo Poder Público, disse.
Ele também acusou o Partido dos Trabalhadores de orquestrar as manifestações. Segundo ele, o PT vem mostrando a sua intolerância política em todos os locais.
“Eles deveriam estar ontem, na CPI presidida pelo deputado paraibano Hugo Mota, onde o tesoureiro do PT estava prestando esclarecimento sobre a corrupção na Petrobras. Esse movimento deveria estar era lá cobrando a apuração na corrupção e não impedindo o nosso debate sobre a Reforma Política. Esse tipo de manifestação é que não pode ser aceita dentro da democracia”, destacou.
O presidente se disse aberto ao diálogo, ao debate e que tinha vindo à Paraíba para debater a Reforma Política. Informou ainda que as sessões têm oferecido espaços para as pessoas se inscreverem e falarem o que quiserem. “Mas não admitimos essa baderna com objetivos políticos. O PT não vai constranger o PMDB pelo país. O PMDB não vai aceitar isso. Esse é o recado que damos”, disse.
tumulto, barulho e protestos marcam a visita, na manhã desta sexta-feira, do presidente da Câmara Federal deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Assembleia Legislativa da Paraíba, dentro do programa ´Câmara Itinerante´
Estantes ocuparam as galerias para protestar contra a postura do peemedebista, notadamente com relação à votação da terceirização de mão de obra. Apesar dos protestos, Cunha se mostra extremamente tranquilo. Ele tem na sua companhia vários agentes da Polícia Federal.
Fonte: Da Redação de João Pessoa/ParaíbaOnline