No subterrâneo, sem força de expressão, é onde se tramam as coisas mais rasteiras. Foi lá por baixo, portanto, onde alguns vereadores tramaram na semana passada um pedido de impeachment contra o prefeito Luciano Agra.E engana-se quem pensa que foi obra da oposição. A rasteira ao prefeito teria sido sugerida por vereadores da base aliada (aliada ao PSB), como resposta às últimas atitudes administrativas, mas com viés político, do prefeito.
Aliás, foram alguns vereadores da oposição que, ao serem procurados para fazer parte do plano subterrâneo, enterraram, se é que ainda haveria chão pra seguir mais abaixo, o intento. Não por generosidade, que a oposição generosa é algo que a política ainda não inventou.
Mas por estratégia. Entendendo que qualquer ato mais impopular e golpista contra o prefeito, que administra uma cidade, com aprovação superior a 50%, poderia “vitimizá-lo” e torná-lo mártir sem necessidade. Além disso, preferiram evitar qualquer desmoralização por parte da opinião pública.
Claro que os autores da rastejante ideia também nem queria levar o tento ao fim. Trabalham, por ora, apenas com o desejo de ameaçá-lo para dobrá-lo, forçando-o a usar a caneta das nomeações.
Mas esquecem que o povo também sabe dar uma rasteira em vereador oportunista, que acha que pode, ameaçando a democracia como se ela fosse uma garota de programa, servir para satisfazer os interesses pessoais.
Luís Tôrres
