sábado, abril 20, 2024
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O Jornalista – Tião Lucena.

O político perseguidor e o político sedutor

O político perseguidor é burro, porque não persegue o adversário. Elege como alvo de sua perseguição o aliado que por algum descuido separou-se momentaneamente da sua convivência, porém não descartou o retorno. A burrice do perseguidor está aí: ao apontar sua arma para o aliado que desencaminhou a trajetória por algum acidente de percurso, obriga-o a se jogar nos braços do adversário eterno.

Então acontece o interessante fenômeno da multiplicação dos votos. Porque, conforme os estatísticos, o voto dado ao adversário é contado em dobro. Aquele que aderiu votava no candidato ou no esquema oposto ao do recebedor da nova dádiva. Como deixou o esquema oposto e ingressou no esquema do adversário, este, que não contava com aquele voto, ganhou dois. E o perseguidor, consequentemente, perdeu o mesmo percentual.

Dizem, os mais experientes, que o político perseguidor é geralmente aquele que não possui grandeza de espírito. Sem grandeza de espírito, falta ao perseguidor o poder da argumentação, através do qual conquista novos adeptos e reconquista adeptos desencaminhados na trajetória. Apela para a força por ser despido de qualquer atrativo de simpatia ou sedução. Por isso, na maioria das vezes o político perseguidor tem vida curta, não dura muito, não faz base e, ao partir, não deixa saudades.

Muito diferente do sedutor, que se eterniza na lembrança do seu povo. O eleitor paraibano jamais esquecerá, por exemplo, de Ruy Carneiro. Homem sedutor, amigo dos amigos e dos inimigos, morreu senador da república, nunca perdeu uma eleição. Aliás, minto, perdeu uma para João Agripino, outro sedutor de mão cheia, mas foi um placar apertadinho e questionado. Ruy morreu jurando que o eleito foi ele e que a eleição foi roubada.

Pedro Gondim foi outro que marcou presença indelével no coração do eleitor paraibano. Morreu sendo chamado o governador do povo. Ainda hoje ressoa o slogan “O Homem é Pedro~, da sua memorável campanha para governador nos anos 60, justamente porque o que é bom jamais morrerá.

Ao perseguidor resta a lição de aprender com os sedutores, se bem que, por ser pequeno, franzino e mesquinho, morre apanhando e jamais aprende.

 

 

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