Ninguém vai sentenciar de forma definitiva que o prefeito Veneziano Vital do Rego (PMDB) pode dar adeus a sua carreira política após a “lapada” que sua candidata levou na eleição em Campina Grande.Ou até mesmo que está fora da eleição de 2014 por causa disso. Quem disser isso revela desconhecer o fato de que na política se morre e se nasce várias vezes ao longo da vida.
Claro que a derrota compromete seu projeto de fortalecimento para disputa da eleição de governador em 2014, visto que a vitória daria um porto seguro quando fosse lançar seu nome. Compromete, mas não mata.
Mas o que vai definir se Veneziano estará forte ou não pra 2014 é, primeiro, a ausência de outro nome da oposição. E, segundo, como estará a aprovação do governo Ricardo Coutinho até lá.
O grande problema de Veneziano Vital do Rego, portanto, não está na derrota em si e nem no fato amargo de que, no dia 31 de dezembro, ele terá que, após oito anos na prefeitura, limpar as gavetas e sair sem olhar pra trás.
Mas nos vestígios que poderá deixar ao entregar o cargo.
Ao longo de anos e anos na prefeitura de Campina Grande, Veneziano foi confrontado várias vezes com denúncias, ações e acusações de todos os tipos, sobre descontrole da folha de pessoal, beneficiamento de empresas como a Maranata e dívidas com fornecedores. Especialmente neste último ano.
Confirmado metade disso, o prefeito de Campina Grande terá sérios problemas pra ver suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e, consequentemente, se enroscar com a Lei do Ficha Limpa, o que o ameaça de se tornar inelegível.
Tais dados já estarão à disposição de Romero Rodrigues assim que ele assumir a prefeitura de Campina Grande.
Veneziano tem dois meses pra deixar a prefeitura sem rastro de qualquer coisa que fuja à legalidade do uso da coisa pública. Se não há nada de desabone sua gestão, melhor pra ele. Afinal, ruim não é perder. É não pode mais ganhar.
Luís Tôrres