sábado, novembro 23, 2024
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Suplemento barato de fibras pode melhorar memória em 3 meses

Um suplemento de fibras barato e fácil de ser encontrado pode melhorar a função cerebral e a memória de pessoas com mais de 60 anos em apenas 12 semanas, o equivalente a três meses.

A descoberta foi feita por pesquisadores do King’s College London, do Reino Unido, e publicada na quinta-feira (29/2) na revista Nature Communications.

O intestino está relacionado a funções do corpo que vão além da digestão, como o sistema imunológico e o sistema nervoso central. Sabendo disso, os cientistas testaram duas substâncias prebióticas, a inulina e o fruto-oligossacarídeo (FOS), para analisar como o consumo deles pode impactar a função cerebral e saúde muscular.
Os prebióticos são as fibras vegetais que ajudam bactérias saudáveis a crescer no intestino. A inulina é da classe dos frutanos, e está presente em alimentos como chicória, cebola, alho e trigo. O FOS é um carboidrato vegetal frequentemente usado como adoçante natural de baixa caloria.
O experimento foi realizado com 36 pares de gêmeos com mais de 60 anos. Metade deles recebeu pílulas com os prebióticos e a outra metade, um placebo para comparação.

Todos os participantes também tomaram um suplemento proteico e realizaram exercícios de resistência para avaliação da função muscular.

O grupo que tomou o suplemento com inulina e FOS teve pontuação mais alta em um teste cognitivo três meses depois do início do experimento do que os gêmeos que tomaram o placebo.

Eles foram melhores nos testes de tempo de reação, velocidade de processamento e no teste de Aprendizado Pareado Associado (PAL, na sigla em inglês), usado como um indicador precoce para o Alzheimer. Ter pontuações altas nesses testes reflete positivamente em tarefas diárias, como reagir ao trânsito.

“Estamos entusiasmados por ver estas mudanças em apenas 12 semanas. Isso representa uma enorme promessa para melhorar a saúde cerebral e a memória na nossa população idosa”, afirma a cientista Mary Ni Lochlainn, pesquisadora de medicina geriátrica no King’s College London, em comunicado.

Os prebióticos foram associados a ligeiras alterações no microbioma intestinal, com maior quantidade de Bifidobacterium, por exemplo. Estudos anteriores com ratos já sugeriram que a bactéria reduz os déficits cognitivos ao regular as conexões intestino-cérebro.

“Desvendar os segredos do eixo intestino-cérebro poderia oferecer novas abordagens para viver de forma mais saudável por mais tempo”, considera Mary.

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O experimento não mostrou evidências, por outro lado, de que os prebióticos melhoram o desempenho físico ou a perda muscular nos idosos.

“Essas fibras vegetais, que são baratas e estão disponíveis sem receita, podem beneficiar um amplo grupo de pessoas. Elas também são seguras e o corpo as tolera bem”, afirma a geriatra Claire Steves, do KCL.

Agora, os pesquisadores querem saber se os efeitos positivos do consumo dos prebióticos são sustentáveis a longo prazo.

Metrópoles

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