O dólar operava em alta na manhã desta quarta-feira (24/9), com os investidores ainda repercutindo o aceno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na véspera, durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
A partir de agora, a expectativa do mercado financeiro está voltada aos desdobramentos dessa aproximação entre Trump e Lula, com uma possível reunião entre os dois na semana que vem – o que pode ter efeitos sobre o tarifaço comercial e as sanções aplicadas pela Casa Branca ao Brasil.
Dólar
- Às 9h10, a moeda norte-americana avançava 0,36% e era negociada a R$ 5,299.
- No dia anterior, o dólar terminou a sessão em forte queda de 1,1%, cotado a R$ 5,279. Foi o menor valor em 15 meses, desde junho de 2024.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 2,63% em setembro e de 14,57% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- Na véspera, o indicador fechou o pregão em alta de 0,91%, aos 146,4 mil pontos. Foi o oitavo recorde do índice em apenas dois meses, desde julho.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 3,54% no mês e de 21,73% no ano.
O “day after” de Trump e Lula
Nesta quarta-feira, os investidores seguem repercutindo o ensaio de aproximação entre Donald Trump e Lula, que discursaram, na véspera, na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.
A expectativa é que os dois presidentes conversem na próxima semana, por telefone ou videoconferência – as chances de um encontro presencial são consideradas remotas. Lula permanece nos EUA até esta quarta-feira e participa da segunda edição do evento “Em Defesa da Democracia”.
“Nós o vimos, eu o vi. Ele me viu e nos abraçamos. E, então, eu disse: ‘Você acredita que vou falar em apenas dois minutos?’ Na verdade, combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns vinte segundos e pouco, pensando bem”, disse Trump em seu discurso na ONU.
A Casa Branca aplicou tarifas de 50% sobre alguns produtos brasileiros em decorrência do que Trump chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de ações no Judiciário. “Estou muito insatisfeito com isso. Eu conheço o presidente Bolsonaro, não tão bem, mas o conheço como líder de um país”, afirmou Trump.
Apesar disso, durante discurso na ONU, o republicano voltou a afirmar que as taxas aplicadas contra o Brasil são uma forma de defender os interesses norte-americanos. “O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades de cidadãos americanos e de outros países, com censura, repressão”, completou Trump.
Metrópoles