Projeto original do Canal de Acauã passaria por Ingá cruzando o rio Surrão. Por que foi desviado ou sumiu?
Por Elvis Rocha
Quando sugeri ao editor deste site fazer uma matéria sobre o misterioso desvio do canal Acauã/Araçagi, ele, com toda razão, alegou que poderia ser interpretada como direcionamento político, objetivando prejudicar um lado e beneficiar outro, tendo em vista que as movimentações de acordos e alianças já correm em estágio avançado. Porém, à priori, nesse questionamento, não parte nenhuma acusação ou responsabilização a ninguém e, ao mesmo tempo, a todas as autoridades eleitas ou não que, na época, percebendo a mudança no percurso dessa IMPORTANTÍSSIMA obra para o Ingá, não gritaram, não brigaram, não alertaram e não mobilizaram a população no sentido de que o projeto original fosse mantido e executado, sem desviar um único milímetro do seu trajeto originalmente previsto.
Ao saber, por um funcionário da construtora, que a obra já ia longe, passando bem longe de Ingá, tentei contato com autoridades e órgãos que pudessem esclarecer se houve, porque houve e se a mudança no projeto foi devidamente autorizada pelo Ministério da Integração e pelo Governo Federal, uma vez que Ingá estaria excluído de um dos maiores benefícios que algum dia, poderia receber, em toda a sua história. Jamais obtive resposta de ninguém, nem pra dizer que houve erro na divulgação do projeto ou que a minha interpretação estava redondamente equivocada, que “Ingá” citado na página do Ministério e “Surrão”, mostrado no vídeo, eram “outros”.
Sobre a obra ser IMPORTANTÍSSIMA, falo por experiência própria, uma vez que morei no norte de Minas, região seca, de muita carência e sofrimento, completamente transformada pela chegada da irrigação, uma grande bênção e verdadeira redenção, digamos assim, e que poderia se repetir aqui, muito em breve.
Acredito que, apesar de não haver mais condições de trazer o canal para Ingá, uma mobilização das autoridades com a participação popular acabaria ocasionando uma compensação por essa enorme perda, com a criação de outro projeto que trouxesse água não tratada da Acauã, por aquedutos. para manutenção dos açudes e barreiros e a partir daí, poderia se pensar também na produção irrigada de frutas, verduras e legumes, criação de animais, instalação de agroindústrias e etc…
Além de Ingá ter sido citado entre os municípios DIRETAMENTE beneficiados, ou seja: com o canal cortando o município, o vídeo anexo mostra o canal atravessando o Vale do Rio Surrão, o qual eu creio, seria um dos trechos mais complexos e caros da obra, de forma que, muito se economizou com a transformação dessa curva, numa reta; também muito dinheiro não se gastou com essa travessia do Surrão, com a não construção dos túneis previstos e com as não desapropriações de terras, o que daria perfeitamente pra elaborar e executar novo projeto para que a água chegue aqui por tubulações, futuramente.
Para comprovação das minhas alegações, seguem abaixo parte do anúncio sobre a aprovação do projeto, disponibilizado no site do Ministério da Integração, que pode ser acessado e conferido na íntegra através do link no final do texto e o vídeo detalhando todo o projeto e sua passagem pelo Ingá (Surrão).
Fica a sugestão para que este site, através do seu editor, usando os canais de comunicação disponibilizados, faça também o questionamento junto ao governo do estado, à secretaria de obras, ao Ministério responsável, ao Governo Federal e, diretamente, à própria Presidente da República, já que, com isto, literalmente, o prejuízo para o município de Ingá e pra toda a sua população, é INCALCULÁVEL!
Pra encerrar, repito aqui o que disse no início: não há acusação alguma a quem quer que seja, apenas o questionamento: CADÊ O CANAL QUE PASSAVA AQUI?
Clique aqui e confira a página oficial do Ministério da Integração Nacional. E aqui para acessar o vídeo original que anuncia a valiosa obra.
Elvis Rocha.
