O falecimento da professora Antônia Maria da Silva, conhecida como Toinha de Biu Fumeiro, ocorrido dia 27/08/2025 em Campina Grande, trouxe comoção à comunidade ingaense e abriu discussões sobre a estrutura de saúde disponível no município.
Familiares da educadora afirmaram que houve negligência no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA-INGÁ), onde ela recebeu os primeiros cuidados. Segundo os relatos de familiares, a professora teria recebido alta da UPA ainda em estado inconsciente, o que, para os parentes, caracterizaria falha no atendimento.
O que diz a Prefeitura
Em meio à repercussão, a Prefeitura de Ingá divulgou nota oficial esclarecendo que a UPA local é classificada como Porte I, conforme critérios do Ministério da Saúde. A unidade conta com dois médicos clínicos, equipe de enfermagem, farmácia, fisioterapia, serviço social, radiologia e laboratório, funcionando 24 horas por dia para atendimentos de urgência e emergência.
O comunicado ressalta que a UPA não dispõe de médicos especialistas — como cardiologistas, oncologistas, ortopedistas ou endocrinologistas — nem de exames de alta complexidade, como tomografia e ultrassonografia. Sua função, segundo a gestão, é acolher pacientes, realizar a classificação de risco, estabilizar quadros críticos e encaminhar, quando necessário, para hospitais de referência através da regulação estadual.
Debate em aberto
O episódio envolvendo a professora trouxe à tona um debate recorrente: os limites de atuação de uma UPA de Porte I. Enquanto familiares questionam a efetividade do atendimento prestado, a Prefeitura defende que a unidade seguiu seu papel dentro das atribuições estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A situação evidencia o desafio de municípios de pequeno porte em conciliar o atendimento imediato às urgências com a falta de recursos para oferecer serviços especializados, o que gera dependência de hospitais regionais.
O caso segue repercutindo na cidade, colocando em pauta a discussão sobre a necessidade de fortalecer a rede de saúde de Ingá e melhorar a articulação entre a atenção básica, a UPA e os centros hospitalares de referência, a fim de evitar que episódios semelhantes voltem a gerar polêmicas.
Ingá Cidadão