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Entrevista: Manoel da Lenha fala ao ingacidadão

Nas vésperas de sua posse, Lenha fala sobre os problemas da infraestrutura da cidade, concursados, dívidas do município e como será seu relacionamento político. A entrevista  foi concedida na noite desta sexta-feira, 28 de dezembro.

 

Prefeito Manoel da Lenha, qual sua expectativa para assumir o governo do município de Ingá ?

As expectativas são as melhores possíveis. Estou ciente das dificuldades que irei enfrentar, mas também estou muito motivado e com vontade de trabalhar desde o primeiro dia.

Quais serão suas primeiras medidas?

Bom, nos primeiros dias iremos conhecer e avaliar a situação administrativa e financeira do município para poder tomar as decisões. Faremos um novo censo e cadastramento do funcionalismo e pretendo também fazer uma auditoria nas contas da prefeitura.

Falando em funcionalismo, como vai encarar o problema dos concursados?

Olha, quero dizer que não tenho nada contra os concursados e deveriam ser nomeados no decorrer da gestão. Porém, fui e sou contra a forma como foram feitas as nomeações, a meu ver de maneira propositalmente irresponsável, e que tentamos suspender judicialmente. A questão está na justiça que ainda não decidiu o mérito da ação. Obviamente cumprirei o que a justiça determinar.

Como será seu relacionamento com os funcionários?

Fui eleito escolhido pelo povo para administrar o Ingá pelos próximos quatro anos, e a partir de janeiro serei o prefeito de todos, dos que votaram e dos que não votaram, agirei e tratarei todos por igual, independente de cores partidárias, sem perseguições. Mas, de uma coisa não abro mão, é funcionário e recebe pela prefeitura? Terá que dar expediente. Acho injusto que uma pessoa receba salários e não trabalhe, tomando o lugar de quem poderia estar sendo produtivo para o município. Estarei aberto para receber e conversar com qualquer um, e serei flexível nos ajustes de horários de expediente dependendo de cada caso, mas acho que todos devem trabalhar de preferência nas funções que foram designados.

Durante a transição o Senhor teve acesso a dados e já deu para sentir o tamanho dos problemas que irá enfrentar?

Não. Infelizmente a transição não ocorreu como deveria e como manda a lei. O único setor que se aproximou de uma transição foi a saúde. Mas só terei o real conhecimento das coisas quando assumir e não terei medo de tomar as decisões necessárias, mesmo que isto venha a desagradar alguém. Já tenho conhecimento de uma grande dívida que a prefeitura tem com o INSS e buscaremos o parcelamento no intuito de evitar certidões negativas do município que venham prejudicar parcerias e convênios com o Estado e a União.

Falando em saúde, noticiamos que a ambulância do SAMU foi deixada na oficina em Campina Grande, o Senhor confirma isso?

É verdade, fui comunicado na sexta-feira que a ambulância havia sido deixada sem ordem para realizar o conserto na oficina em Campina Grande desde o início da semana passada. Fui pessoalmente lá e dei garantias para realização do conserto, porém o gerente da oficina informou da impossibilidade de entregar ainda no sábado, ficando para o dia dois de janeiro. A população está desassistida do serviço do SAMU neste final de ano, e pedimos proteção a Deus para que não haja nenhum acidente grave.

O senhor já anunciou a maioria do seu secretariado, porém faltou a agricultura e o segundo escalão. Por que?

Com relação a agricultura meu desejo era preenche-la com alguém com um perfil técnico, de preferência um técnico agrícola que fizesse um trabalho além de corte de terra e defensivos como tem sido até agora, alguém que tivesse projetos e pudesse orientar profissionalmente os agricultores, o cargo ainda está indefinido. Mesmo sem ser técnico na área ou formação profissional, temos alguns bons nomes também, mas decidirei no momento certo. Com relação ao segundo escalão, embora a gente tenha bons nomes que poderão assumir os cargos comissionados, ainda não preenchemos totalmente, e prefiro anunciar depois da posse e quando tivermos conhecimento das condições financeiras da Prefeitura.

Da mesma forma dos prefeitos que lhe antecederam, o Senhor tem parentes no primeiro escalão. Como vê isso?

Não sou contra a participação de parentes no primeiro escalão de governo, afinal são pessoas de inteira confiança. Desde que tenham competência para o cargo e sejam produtivos para o município. Sou contra a participação de parentes que recebam sem trabalhar ou que não tenha a devida competência para o cargo.

 

O senhor já recebeu um relatório de seu secretário de infraestrutura sobre a situação dos prédios públicos de Ingá. O que achou e o que pretende fazer?

Realmente é uma catástrofe como o secretário falou. É vergonhoso, a impressão que se tem é que passou um furacão por aqui. Mas, não quero ficar aqui lamentando, quero olhar pra frente, e pretendo recuperar os prédios públicos aos poucos, sabemos que não dá para resolver isso de uma hora para outra. Há os problemas das valas e dos esgotos nas ruas, também que estudaremos soluções a curto e longo prazo para estes problemas e a regularização do serviço de coleta de lixo.

A nova câmara municipal irá escolher seu novo presidente, o senhor apóia algum candidato?

O legislativo é um poder independente e a eleição será entre eles, vereadores, mas na condição de cidadão e prefeito tenho candidato sim. Sou de cumprir a palavra e honrar meus compromissos. Meu candidato a presidente é o vereador Cássio Murilo. Peço aos cinco vereadores que fizeram parte de nossa coligação que votem em Murilo, e já recebemos o apoio de outros dois.

Como será seu relacionamento com a câmara?

O melhor possível. A prefeitura estará de portas abertas para receber qualquer um vereador que são representantes do povo, inclusive os da oposição. Espero ter o apoio dos vereadores na aprovação de projetos de interesse do município.

Um dos maiores problemas de Ingá é o desemprego, que medidas o Senhor deverá tomar para amenizar esta situação?

Tentarei incentivar e atrair empreendedores para investir no Ingá na busca de gerar emprego e renda. Já tive alguns contatos e não anunciei na campanha porque não gosto de prometer, prefiro fazer. E só anunciarei alguma coisa nesta área quando tiver algo concreto, sem criar falsas expectativas.

Tradicionalmente a virada do ano é marcada com show pirotécnico e queima de fogos, e a exemplo do que aconteceu no natal, a gestão atual não fará nada. Como ficará então a virada do ano no Ingá?

A obrigação seria do atual prefeito que seu mandato vai até o dia 31 de dezembro, e se a gente fosse esperar por ele não teria nada mesmo. Atendendo ao pedido do Padre Severino Barbalho, nós já adquirimos os fogos para soltar na passagem do dia 31 para o 1º de janeiro de 2013, no centro da cidade. Portanto, exatamente a meia noite convidamos todo povo de Ingá para comemorarmos a chegada de 2013 assistindo a queima de fogos.

Prefeito, obrigado pela atenção ao Inga-cidadao, estaremos a disposição na divulgação dos assuntos de interesse da cidade e de cobrar também. Boa sorte na sua gestão e pedimos suas considerações finais.

Eu agradeço o espaço dado pelo ingá-cidadao. Peço paciência a vocês e ao povo de Ingá para resolução dos problemas que não são poucos. Mas, da mesma forma que começamos a campanha com humildade e determinação e deu tudo certo, estou otimista e darei o melhor de mim, trabalharei com dedicação para dar tudo certo também na administração e na construção de um novo tempo. Desejo a todos um 2013 cheio de realizações, e convido os ingaenses para nossa posse na tarde do dia primeiro. Obrigado.

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