O pronunciamento de Flávio, foi feito ao final da missa de sétimo dia da morte de Dona Marta.
Leia na íntegra:
Boa noite a todos,
em nome da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, cumprimento: aos familiares, parentes, amigos e as autoridades presentes,
Estamos reunidos para celebrar o 7º dia de nascimento para a vida eterna de uma grande mulher: MARIA MARTA LOPES BURITY (popularmente conhecida por Dona Marta).
A Bíblia diz em 2Cor 5,1: “Nós sabemos: quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda for desfeita, receberemos de Deus uma habitação no céu, uma casa eterna não construída por mãos humanas”.
Celebrar a missa de 7º dia, é uma manifestação de fé na ressurreição, pois a fé na ressurreição, para o cristão, é um ato de agradecimento a Deus, ao permitir, que pessoas como Dona Marta, fizesse parte da nossa história de vida.
Dona Marta, uma mulher que com simples gestos, explanava a grandeza do amor pelo próximo, fazendo de sua casa, a casa de todos, de portas abertas. Sem luxo, simples por natureza, assim era conhecida a “mãe dos pobres” desta cidade.
Mulher lutadora e guerreira, por três vezes primeira dama deste município, que ao lado de Antonio Burity, exercitou a insubstituível responsabilidade familiar, social, e porque não dizer: na história de Ingá e do seu povo.
Mãe dos ingaenses, dos pobres, dos agricultores, dos doentes, dos trabalhadores, dos estudantes, dos professores, dos jovens e crianças, das mulheres e donas de casa, dos funcionários públicos, assim, era Dona Marta: caridosa, apaixonada pela vida e incansável defensora dos pobres e oprimidos. Com pulso forte, buscava construir o futuro de uma geração de crianças e jovens, favorecendo a dignidade de vida na geração de emprego e renda e na formação profissional. Como não lembrar da sua luta pela transformação de sonhos em realidades, para ocupar a cabeça dos jovens desta cidade: a barraca do caldo de cana; o tear de redes; os grupos folclóricos; quadrilhas juninas; das artesãs de Chã dos Pereiras e Pontina, do povo de Pedra D´Agua e da Zona Rural de Ingá.
Na busca por um mundo mais justo e humano, tinha como prioridade a proteção e valorização da vida. Foram muitos os kits de enxovais de bebe ofertados a mães carentes desta cidade. Assim não media esforços para acolher aos que precisavam, principalmente na área da saúde, ajudando a melhorar a vida de muitas pessoas.
Ela possuía a capacidade de abrir mão de si, pelo bem do próximo. Por incontáveis vezes viajava para João Pessoa de ônibus, e colocava as pessoas na sua vaga nos carros da prefeitura.
Dona Marta, uma mulher capaz de tirar a comida do seu próprio armário, para doar aos mais carentes. Por todos os lados estão relatos e provas de sua tarefa solidária. Enfim, um exemplo inesquecível de mulher.
Sua vida não foi tirada, mas transformada, pois acreditar na vida eterna, é acreditar que a morte não é o fim de tudo, mas o grande começo de uma maravilhosa e nova vida. Dona Marta, vive na eternidade junto ao Senhor Nosso Deus.
As lágrimas dos familiares e amigos jorram de saudades, mas os corações louvam sua passagem para a vida eterna.
Amém.
