A situação que já era dramática para os pequenos agricultores, agora já atinge os pecuaristas.
O tempo tem ficado nublado, mas não choveu bem.
Há meses sem chuvas suficientes para molhar a terra, a situação dos agricultores de Ingá é de perda total. A precipitação pluviométrica dos meses considerados de plantio em nossa região foi muito abaixo do esperado, inviabilizando a esperança de alguma colheita durante o período junino como normalmente acontece em grande parte da região Nordeste. No Ingá, durante este período tivemos os seguintes números com relação aos índices pluviométricos em milímetros:
Janeiro 56,2
Fevereiro 69,9
Março 42,0
Abril 1,4
Veja o quadro completo:
Pelo quadro exposto na EMATER percebe-se que durante todo o mês de abril só choveu apenas em um único dia, dia 10, 1,4 mm, e durante o mês de maio, até hoje, 23, choveu apenas em três dias, mesmo assim uma quantidade ínfima, dia 4 com 4,4 mm, dia 08 com 4,0 mm e dia 23 com 3,7 mm.
Só para efeito de comparação, durante o mesmo período no ano passado tivemos:
Janeiro 116,0
fevereiro 6,9
março 190,0
abril 192,5
maio 299,6
junho 133,9 e julho 324,9; mês da grande inundação ocorrida no Ingá.
Segundo informações da funcionária da EMATER, Sra. Clenilda Mendes Barbosa Regis, para efeito de Seguro Safra, nossa região em termos de produtividade agrícola já foi considerada perda total, pois não houve chuvas suficientes exatamente no período do plantio, que são os meses de março e abril. Os agricultores já haviam recebidos as sementes de milho e feijão por parte da EMATER, como foi o caso do agricultor Antonio Felinto da Silva, Pedra Lavrada, que está com a terra preparada desde fevereiro, mas infelizmente nem chegou a plantar em razão da falta de chuvas. Ele afirmou que “caso o inverno chegue tardio, ainda arrisca a plantar, porém a colheita não é boa como a plantada no tempo certo.” Lamentou.
Além dos agricultores, a seca já atinge também o pecuarista que vê o rebanho perder peso e valor com a falta de pasto, e para piorar os pequenos açudes que servem para o gado beber já estão secando.
Nesta terça-feira o tempo ficou fechado e chegou até a chover na região de Ingá, mas foi muito pouco, cerca de 3,7 mm apenas.
Hoje, quarta 23, o tempo voltou a ficar nublado, mas não choveu.
Com a construção da barragem de Acauã e sua adutora, o Ingá não corre mais o risco de desabastecimento de água potável na cidade como no passado, quando dependia da barragem de Chã dos Pereiras. Porém, o homem do campo tem sofrido com a seca e produção agrícola está totalmente comprometida, sendo que esta situação refletirá nos preços dos alimentos, atingindo a todos
Esta semana houve um sessão especial na Assembleia Legislativa em João Pessoa para discutir medidas de combate aos efeitos da seca.
Alguns municípios da Paraíba suspenderam as festas juninas, outros diminuíram a programação por conta da situação de seca. Em Patos, no sertão, só o cancelamento de três atrações com Michel Teló e Aviões, foi possível economizar mais de um milhão de reais.
Nossa esperança é que toda essa preparação de nuvens carregadas se transforme em chuvas.