A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013 trouxe o tema “Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”. Os participantes tiveram de produzir um texto dissertativo-argumentativo e foram avaliados de acordo com cinco competências: domínio da norma-padrão da língua escrita; compreensão da proposta e aplicação de conceitos de diversas áreas do conhecimento para desenvolver o tema; boa argumentação e elaboração de proposta de intervenção ao problema abordado, respeitando os direitos humanos.
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Cada critério vale até 200 pontos, totalizando 1.000. Apenas 481 dos mais de 5 milhões de textos corrigidos receberam nota máxima em 2013. Alguns desses participantes enviaram suas redações para o GUIA DO ESTUDANTE e pedimos para a professora Ednir Barboza, que dá aulas de redação no cursinho Oficina do Estudante, comentá-los. Clique nos textos para ampliar:
1. “Direção e álcool – o coquetel fatal”, Lais Fernandes. (Nota 960).
2. “Lei seca: ainda com alto teor de jeitinho brasileiro”, Maria Clara Lovato. (Nota 1.000).
Comentário da professora Ednir Barboza sobre as redações 1 e 2:
“Estas duas redações são de bom nível e aqui se justifica uma nota elevada. A começar pelo título, observa-se criatividade e um interessante e apropriado jogo de palavras.
Nas redações o vocabulário é variado, rico, apropriado ao tipo de texto. A argumentação se desenrola parágrafo a parágrafo numa progressão bem feita. As ideias se completam e não há referências isoladas. Os textos denotam competência na discussão madura e abalizada do tema. Há um senso crítico na análise dos resultados da Lei Seca que precisavam aparecer nesse tipo de proposta. Também as intervenções sugeridas são completas e sugerem uma ação coordenada com objetivos bem colocados.“
3. “Manifesto da segurança no trânsito”, Aline de Carvalho Abbud. (Nota 1.000).
4. “O inferno são os outros”, Bianca Hazt. (Nota 1.000).
5. “Preserve a vida de todos – se for beber, não dirija”, Kethllyn Oliveira. (Nota 1.000).
Comentário da professora Ednir Barboza sobre as redações 3 a 5:
“Nesses três textos, o vocabulário é comum, básico; não há estruturas gramaticais bem formuladas; a discussão do tema é senso comum, limitando-se a reproduzir dados e fatos, sem análise crítica ou de autoria própria. Igualmente, as intervenções apresentadas em nada aprofundam ou justificam a argumentação. É apenas uma listagem de ações que, para darem algum resultado, teriam que ser mágicas! Até mesmo os títulos escolhidos são irrelevantes e pouco criativos, combinando, dessa forma, com a dissertação. No entanto, não se pode dizer que eles não cumprem, adequadamente, as cinco competências exigidas pela correção indicada pela banca.”
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