quinta-feira, julho 3, 2025
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Band coloca na “geladeira” repórter que empurrou colega da Record

A Band decidiu tirar das ruas temporariamente o repórter Lucas Martins, que empurrou uma colega da Record TV durante discussão em uma pauta na cidade de Alumínio, no interior de São Paulo, na tarde de terça-feira (1º/7). A briga foi transmitida durante uma reportagem ao vivo sobre duas adolescentes que estavam desaparecidas.

De acordo com fontes da Band, Lucas está desempenhando funções internas na redação da emissora, no Morumbi, zona oeste da capital. Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, ele deve ficar “na geladeira” por cerca de duas semanas. Oficialmente, a emissora não se manifestou sobre o afastamento.

9 imagens

Repórteres discutem durante pauta no interior

Lucas Martins e Grace Abdou
Maria da Penha? Advogada analisa o caso da repórter Grace Abdou, empurrada ao vivo
Lucas Martins, jornalista da Band
Lucas Martins

No mesmo dia da agressão, o jornalista pediu desculpas ao vivo e se disse arrependido de sua conduta.

“Isso é inadmissível, quero pedir desculpas publicamente a Grace Abdul. Cabem poucas explicações do porquê, foi um episódio lamentável, uma atitude inaceitável da minha parte”, disse, já de cabeça mais fria. “Profundamente arrependido”, concluiu.

A repórter agredida, Grace Abdou, usou os Stories do Instagram para agradecer o apoio que recebeu de internautas e colegas.

Em uma das publicações, ela afirmou: “Não passarão”, escreveu. “Obrigada a todos os amigos e colegas de profissão que fazem o coração sorrir. Está tudo bem!”, afirmou.

Como foi a discussão entre os jornalistas da Band e Record

Os dois profissionais estavam fazendo a cobertura do desaparecimento de duas adolescentes, Layla e Sofia, de 16 e 13 anos.

Lucas Martins, da Band, conversava com um familiar das jovens andando na direção de outras duas parentes das vítimas, que falavam com Grace Abdou, da Record.

Na sequência, o repórter da Band se aproxima da dupla e a profissional da Record se movimenta na frente dele. Ele a afasta com o corpo enquanto diz: “Pode mostrar a foto, por favor?”.

Grace resiste em abrir o espaço e diz: “Peraí” — o que irritou Lucas. “Não. Dá licença, Grace, ah, tá louca? Mostra a foto pra gente”, diz, agora se dirigindo a uma jovem com um celular na mão.

Enquanto a jovem falava com o repórter da Band, a jornalista da Record interrompe: “Você tá ao vivo, Lucas?”

E a discussão começa: “Tô ao vivo, querida”, diz ele. “Por que vc me empurrou?”, pergunta Grace. “Porque vc tá entrando na minha frente propositalmente e não foi a primeira vez que isso acontece”, conclui Lucas Martins, irritado, voltando a se dirigir às entrevistadas.

Em outro vídeo, é possível ver o momento em que a discussão entre os jornalistas começa.

Veja o vídeo da briga dos repórteres:

 

Band diz ter advertido repórter Lucas Martins

Em nota, a Band reafirmou seu “compromisso com o respeito mútuo entre os profissionais da imprensa”. Disse, ainda, que “sempre valorizou e respeitou a atuação das mulheres, que ocupam espaços de destaque nas redações e demais setores”.

“A empresa não compactua com o episódio envolvendo o repórter Lucas Martins e a jornalista Grace Abdou, da Record TV. Ressaltamos que Lucas possui uma longa trajetória profissional na Band, sem registros de condutas semelhantes. Ele foi advertido e já se retratou publicamente em relação ao ocorrido”, diz a nota.

“A Band se coloca à disposição da jornalista e da Record TV com o sincero desejo de que o episódio seja superado e situações como essa não se repitam”, finaliza o texto.

Fenaj repudia violência

Também em nota, a Comissão de Mulheres da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiou a agressão à repórter Grace Abdou.

“A cena, exibida ao vivo, mostra o repórter da Band empurrando deliberadamente a colega de profissão, em um gesto de violência injustificável que evidencia o desrespeito às mulheres jornalistas e a naturalização da agressividade em um ambiente de trabalho que deveria ser pautado pela ética e pela solidariedade”, diz a nota.

“A violência de gênero no jornalismo assume diversas formas — desde o assédio moral e sexual até agressões físicas — e precisa ser enfrentada com firmeza por todas as instâncias da categoria, incluindo as empresas de comunicação. O pedido de desculpas feito pelo repórter, embora necessário, não exime a gravidade da conduta nem pode ser usado para relativizar o ocorrido”, acrescenta o texto.

“Manifestamos nossa solidariedade à jornalista Grace Abdou e exigimos que a Band tome as providências cabíveis, inclusive com medidas efetivas para que esse tipo de conduta não se repita. (…) Nenhuma mulher deve ser agredida, intimidada ou silenciada. Jornalismo se faz com respeito.”

Metrópoles

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