sexta-feira, abril 26, 2024
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Casal muda de Brumadinho para Betim em busca de tranquilidade e acaba desalojado após prédio tombar

Paulo e Isadora saíram de Córrego do Feijão após o rompimento de barragem da Vale, mas terminaram desajolados em Betim, depois que o prédio vizinho à casa deles tombou.

Depois de ver o lugar onde nasceu e cresceu destruído pela lama, Paulo Rezende, de 26 anos, saiu de Brumadinho em busca de tranquilidade — em janeiro de 2019, uma barragem da Vale se rompeu deixando mortos, feridos e desabrigados.

Ele, então, mudou-se com a esposa para Betim, na Grande Belo Horizonte, para viver em segurança. Mas, na madrugada desta quarta-feira (18), precisou sair de casa novamente.

Paulo é supervisor de qualidade e mora com a esposa, Isadora Marques, de 25 anos, em uma casa em frente ao prédio em construção que tombou, no bairro Ponte Alta. A casa dele, assim como de outras 14 famílias, precisou ser isolada depois do tombamento do prédio vizinho.

Prédio ainda vazio tombou em Betim. Casa de Paulo, que também foi isolada, fica bem em frente ao prédio. — Foto: Marcelo Lages / TV Globo

Prédio ainda vazio tombou em Betim. Casa de Paulo, que também foi isolada, fica bem em frente ao prédio. — Foto: Marcelo Lages / TV Globo

À reportagem, ele contou o que viveu momentos antes do incidente.

“A luz acabou, ontem, por volta das 21h. A calha da minha casa caiu e a água começou a entrar na sala. Foi uma chuva muito forte. Tiramos o carro da garagem para ajudar a escoar a água. Voltei para dentro de casa. Pouco tempo depois, comecei a ouvir uma gritaria na rua. Fiquei assustado”, relatou.

Paulo disse ter ouvido muitos gritos e pedidos de socorro. Vizinhos dele começaram a bater no portão, alertando para que ele tirasse o carro da rua.

“Eu nem sabia que morava tanta gente ali. Quando eu saí de casa vi muitas pessoas do lado de fora. E na minha rua tem outros dois prédios feitos pela mesma construtora. Ficou todo mundo assustado, com medo”.

Prédio em construção tomba em Betim e afeta casas ao redor — Foto: GloboNews/Reprodução

Prédio em construção tomba em Betim e afeta casas ao redor — Foto: GloboNews/Reprodução

Falta de informação

O supervisor de qualidade reviveu momentos de ansiedade, após a tragédia de Brumadinho. Apesar de não ter sido atingido pela lama, conviveu com o drama de amigos e parentes desabrigados por causa do desastre. Agora, ele vive na pele a sensação de deixar, às pressas, a própria casa.

“A gente teve que sair correndo. Voltamos, minha esposa e eu, para a casa de parentes em Brumadinho. Chegamos às 4h e mal consegui dormir. Deixei minhas coisas, meus documentos… Só peguei meu carro e vim”, descreveu.

O casal reclama da falta de apoio da Defesa Civil de Betim. O órgão foi acionado, mas o rapaz teve a impressão de que os servidores jamais passaram por situação parecida.

“Não teve apoio. Eles estavam totalmente desorientados. Acho que nunca passaram por uma situação dessas. Não sabemos se podemos voltar e pegar nossas coisas, não sabemos se vamos ter para onde ir. Não tivemos nenhuma informação”, reclamou.

G1 questionou a Prefeitura de Betim sobre a regularidade da obra e o suporte que será dado aos desalojados. A reportagem aguarda retorno.

G1

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