Viagens são curtas e econômicas, mas casal de 21 anos não deixa de aproveitar diversidade cultural em todas as regiões do país.
Matheus e Raquel namoram desde 2014, mas, em 2015, quando ele foi estudar em Brasília, foi necessário adaptar o relacionamento à nova rotina e à distância. Hoje, ambos com 21 anos e com a renda de estudantes, já visitaram, juntos, 21 cidades em todas as regiões do país e pretendem continuar adicionando destinos a essa lista.
De acordo com Matheus Nóbrega – criado na Paraíba desde os cinco anos de idade – após sua mudança para estudar Direito no Centro-oeste, o casal passou a ter que viajar uma vez por mês ou a cada dois meses. “Como tínhamos que voar regularmente para nos encontrarmos, decidimos aproveitar nosso tempo juntos não só nas nossas respectivas cidades, mas conhecendo e desbravando novos lugares juntos”, explicou.
E embora esse não tenha sido o propósito inicial, Raquel Guerra contou que a meta agora é continuar fazendo planos para conhecer novos lugares. ”Começamos indo a lugares próximos a Brasília – como Goiânia, Caldas Novas, Pirenópolis – e também aos próximos a João Pessoa, como Pipa, Maria Farinha, Natal e Campina Grande”, disse Raquel.
“Depois, à medida em que as oportunidades iam surgindo, nosso foco virou conhecer, juntos, pelo menos alguma cidade de todas as cinco regiões do país e foi isso que conseguimos há pouco tempo”, continuou.
Além disso, eles também criaram a conta @maquelporai no Instagram, na qual relatam episódios de suas viagens, dão dicas de destinos e planejamento. “O Instagram é sobre esse projeto que ainda tem muito a ser realizado. A gente quer que as pessoas sintam os sabores de cada viagem com a gente, porque cada uma delas é uma vitória, sabe? O Instagram é a maneira de deixar tudo registrado, com bem mais detalhes e pessoalidade”, contou Raquel.
Desafios das viagens
O casal destacou que, por serem estudantes e dependerem das bolsas de estágio, a questão financeira é o que mais pesa na hora de decidir realizar uma nova viagem. “Também contamos com a ajuda dos nossos pais, que sempre nos apoiam e encorajam. Por vezes, temos que abdicar da festa ou do jantar no fim de semana e trocar o cinema pelo Netflix, mas lidamos bem com isso, principalmente quando uma nova viagem está se aproximando”, disse Matheus.
No entanto, segundo Raquel, as dificuldades mostraram ao casal novas formas de viajar, economizar e conhecer o Brasil. “Como eu disse, começamos viajando para os lugares próximos de onde os dois moravam, depois começamos a viajar só para lugares onde tínhamos algum familiar que podia nos acolher para dormir. As passagens eu sempre consegui por milhas e ele, por sair de Brasília, conseguia promoções. Já passei meses vendendo docinhos na faculdade ou na praia para viajar e quando estou estagiando sempre separo mais da metade do que eu ganho para poder viajar”, frisou.
Apesar das viagens terem pouco tempo de duração, para Matheus o segredo é ter em mente que é necessário buscar vivê-las da melhor maneira.
“Viagem boa é aquela em que aproveitamos ao máximo cada minuto. Vai dar pra descansar bastante quando voltarmos pra casa”, disse.
‘Conhecemos o Brasil real e não o ideal’
Na região Nordeste, o casal cita como marcantes as viagens a Fortaleza (CE), Jericoacoara (CE), Porto de Galinhas (PE), Recife (PE), Campina Grande (PB), Natal (RN) e Pipa (RN). No Norte, eles conheceram Palmas (TO); no Sul, Florianópolis (SC) e Santo Amaro da Imperatriz (SC); no Sudeste, Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Barueri (SP). Já no Centro-oeste, eles foram a locais como Brasília (DF), Goiânia (GO), Caldas Novas (GO) e Pirenópolis (GO).
De acordo com o casal, a próxima viagem já está com data marcada e tem como destino São Miguel dos Milagres, em Alagoas. “Os próximos destinos que pretendemos ir vão desde as belas praias da Bahia, passando pelos lençóis maranhenses, às Cataratas do Iguaçu e até mesmo a pouca explorada e encantadora Ilha do Mel, no Paraná”, destacou Matheus.
Já os episódios mais inusitados sempre envolvem os dois, com as mochilas nas mãos, sem saber para onde ou como ir, segundo o casal. “Foi assim que já acabamos contemplando um pôr-do sol inesquecível em Jericoacoara; subindo o Vidigal de moto e explorando a Rocinha a pé; em uma praia de nudismo em ‘Floripa’ ou até mesmo no meio da rua com todas as nossas coisas na mão, há apenas 40 minutos do nosso voo e sem nenhum meio de transporte disponível. No final, o que fica são as lembranças de momentos como esses, dos que não planejamos antes”, explicou Matheus.
Para Raquel, as viagens têm proporcionado a oportunidade de conhecer as diferentes alegrias e dificuldades do povo brasileiro. “A situação realmente não está fácil para ninguém no Brasil e só quem é local de cada cidade sabe quais são suas dificuldades. Às vezes nós estamos adorando um lugar e, quando conversamos com os locais, vemos que as coisas não são tão boas assim. Para nós a parte boa é que conhecemos o Brasil real e não o ideal”, disse.
As diferenças culturais das regiões do país também chamaram a atenção do casal, especialmente de Matheus, que comentou sobre a diversidade natural do Brasil. “Enquanto no cerrado brasileiro há cachoeiras e grutas de tirar o fôlego, no Nordeste as praias são de água verde, cristalina e quentinhas; no Rio e em Floripa o mar é bem azul e frio, rodeado de montes e serras”, afirmou.
G1PB