terça-feira, novembro 26, 2024
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Qualidade de vida do brasileiro piorou durante a pandemia, diz pesquisa

Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) detectou que a qualidade de vida dos brasileiros piorou durante a pandemia de Covid-19, sobretudo cinco meses após o início das medidas de isolamento social.

O estudo “Hábitos e comportamento alimentar durante a pandemia de covid-19 no Brasil” demonstrou uma piora no estilo de vida, nas escolhas de alimentos e na frequência de atividade física no último ano, além do aumento significativo do tempo de uso de telas e dispositivos.

Os dados obtidos na primeira fase de análises estão compilados em artigos publicados na Public Health Nutrition e na Frontiers in Nutrition.

A pesquisa, realizada em conjunto pela UFMG e as universidades federais de Lavras (Ufla), Ouro Preto (Ufop) e Viçosa (UFV), avaliou os hábitos adotados por 1.368 pessoas, de ambos os sexos, com idade igual ou maior que 18 anos, por meio de questionário on-line, entre agosto e setembro de 2020.

Destes, quase 90% são da região sudeste, e 80% são mulheres.

Segundo o estudo, 97% dos pesquisados estavam cumprindo total ou parcialmente as medidas de isolamento. Uma segunda fase do estudo segue agora para avaliar os mesmos hábitos a partir de agosto de 2021.

O estudo foi projetado para verificar modificações ocorridas nos hábitos da população no período da pandemia do novo coronavírus, afirma a pesquisadora Tamires Souza, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos da UFMG e uma das participantes do estudo, em comunicado publicado pela UFMG.

“Em resumo, foi possível perceber uma piora nos hábitos e estilo de vida, maior tempo de tela, sedentarismo e hábitos nocivos como tabagismo e consumo frequente de bebida alcoólica, e nos hábitos alimentares, com menor consumo de alimentos in natura e maior consumo de processados e ultra processados”, afirmou.

Mudanças de hábitos

Por meio da verificação das mudanças nos hábitos diários, o grupo de pesquisadores detectou diferenças específicas nos hábitos alimentares e no estilo de vida durante a pandemia, que dividiu em três categorias.

Troca de Refeições: menor frequência de adesão ao café da manhã, ao lanche da manhã e ao almoço e maior frequência de lanches noturnos e outras refeições além das tradicionais.

Alimentação de pior qualidade: aumento no consumo de pães, farináceos, refeições instantâneas e fast food e redução no consumo de frutas e vegetais.

Reforço de maus hábitos de saúde: aumento da frequência de consumo de bebida alcoólica, do hábito de fumar, de horas de sono e do tempo de utilização de telas e dispositivos e a redução na prática de atividade física.

“Os voluntários reportaram praticar em torno de 120 minutos por semana de atividade no período pré-pandemia, índice que caiu para 80 minutos por semana durante as medidas de distanciamento. A recomendação da OMS é que se pratiquem entre 150 e 300 minutos de exercícios por semana”, alerta.

“Quanto ao tempo de tela, antes da pandemia, os participantes relataram média diária de 6,5h de exposição. Durante a pandemia, esse número subiu para 10h por dia”, acrescentou.

 

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