De autoria de George Moura e Sergio Goldenberg, e direção de José Luiz Villamarim – mesmo trio de “Amores Roubados” (2014) e “O Rebu” (2014) -, “Onde Nascem os Fortes” gira em torno de Hermano (Gabriel Leone) e Maria (Alice Wegman), que se apaixonam, mas uma briga envolvendo o pai dele, Pedro (Alexandre Nero), o todo-poderoso da região, os impede de continuar juntos.
Maria acusa Pedro de ser o responsável pelo desaparecimento do irmão gêmeo, Nonato (Marco Pigossi). Depois de discutirem em um bar, Nonato é levado pelos capangas de Pedro e a briga entre os dois, que desencandeia o desaparecimento do jovem, vai chocar o público.
Com sua primeira grande protagonista, o público verá uma Alice Wegmann bem diferente de seus personagens antecessores, como a ingênua Cecília, em “Ligações Perigosas”, e a vingativa Isabela/Marina em “A Lei do Amor”.
Alice define Maria como “mulher forte, sem medo”, uma verdadeira “cangaceira do sertão moderno”. “É muito importante ela mostrar isso por conta dos movimentos de lutas das mulheres. A Maria é uma heroína feminista”, define a atriz ao UOL, que visitou locais de gravação da série em Lajedo do Pai Mateus, no Sertão do Cariri, na Paraíba.
Alice foi escalada às vésperas de começar as gravações. O telefonema de Villamarim com o convite, ela conta, veio em um sábado para ela estar nas locações na segunda. “Falei para ele que largava tudo para fazer a personagem. Não tive preparação, fui lendo os capítulos no avião, tudo muito rápido. Mas essa foi a melhor forma de viver a Maria. É meu oitavo trabalho na Globo e, sem dúvidas, o que me deixou mais conectada”.
Na história, Maria e a mãe, a engenharia química Cássia, vivida por Patrícia Pillar, largam tudo no Recife e se mudam para sertão para descobrir o paradeiro do jovem desaparecido. Cássia acabará se envolvendo com Ramiro (Fábio Assunção), um juiz de caráter duvidoso e rival de Pedro.
Em meio à busca pelo parente desaparecido, as duas também terão de enfrentar Plínio, o delegado corrupto interpretado por Enrique Diaz. Oportunista, ele se ressente por ter menos poder do que gostaria. Investiga o desaparecimento de Nonato e faz jogo duplo: serve a Pedro e Ramiro, de acordo com seus interesses.
Num sertão pop, onde os motores de motos e os quatro por quatro tomaram a paisagem, os líderes da região conviverão ainda com Ramirinho (Jesuíta Barbosa), que terá uma vida dupla: de dia, cuida dos negócios do pai juiz e, à noite, se apresenta como Shakira do Sertão. A primeira aparição do personagem promete provocar nostalgia com uma performance da música “Amor e o Poder”, de Rosana, hit oitentista que foi tema de “Mandala” (1987).
O sertão como personagem
A paisagem árida do interior nordestino é também um personagem central de “Onde Nascem os Fortes”, gravada em Cabaceiras, na Paraíba, para onde a equipe se mudou em outubro.
A formação rochosa no Lajedo de Pai Mateus é o cenário para o personagem Samir, líder religioso vivido por Irandhir Santos. Com uma cenografia grandiosa, a equipe ergueu uma espécie de oca de 40 metros de altura, construída com canos de PVC. É uma obra de arte feita por um dos moradores do sertão, onde o religioso reunirá seus seguidores.
A maior fábrica de bentonita da América Latina, que fica no município de Boa Vista, a 173 km de João Pessoa, é o cenário do todo-poderoso Pedro, dono do empreendimento. Os atores gravaram em meio a funcionamento real da fábrica e os empregados serviram de figurantes. A formação rochosa de Saca de Lã, que já serviu de locação para o filme “O Auto da Compadecida” (2000), completa o cenário de “Onde Nascem os Fortes”. O complexo e multifacetado sertão que se verá na tela, no entanto, em quase nada lembra a paisagem lúdica das aventuras de João Grilo e Chicó.
Fonte: UOL