domingo, maio 5, 2024
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STF começa a julgar esquema de lavagem de dinheiro do mensalão

Após julgarem as práticas fraudulentas que ocorreram na gestão do Banco Rural, os 10 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciam nesta segunda-feira (10) a análise dos supostos crimes de lavagem de dinheiro cometidos pelo grupo de Marcos Valério, com apoio de dirigentes da instituição financeira de Minas Gerais, para encobrir os pagamentos de propinas a políticos em troca de apoio no Congresso.O novo capítulo do julgamento será deflagrado com a leitura do voto do relator do processo, ministro Joaquim Barbosa. O magistrado não tem prazo para concluir sua manifestação.

Dez pessoas ligadas às agências de publicidade de Marcos Valério e ao Banco Rural foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por, supostamente, terem colaborado nas operações para dissimular os repasses de dinheiro em espécie a parlamentares.

Do núcleo publicitário do mensalão, respondem por lavagem de recursos o próprio Marcos Valério, seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, seu advogado Rogério Tolentino, e duas funcionárias de suas empresas: Simone Vasconcelos e Geiza Dias.

Ex-diretora administrativa da SMP&B, Simone é acusada pelo Ministério Público de efetuar os saques das verbas no Banco Rural e repassá-las aos beneficiários do esquema em agências bancárias, quartos de hotéis ou na sede da empresa em Brasília.

Já Geiza, que à época em que teriam ocorrido as irregularidades ocupava o cargo de gerente financeira da SMP&B, é suspeita de auxiliar na distribuição dos recursos. Sua principal função, alegam os procuradores da República, era encaminhar ao Banco Rural os nomes dos destinatários dos valores.

No Banco Rural, quatro executivos respondem por lavagem de dinheiro: Kátia Rabello (ex-presidente), José Roberto Salgado (ex-vice-presidente), Ayanna Tenório (ex-vice-presidente) e Vinícius Samarane (ex-diretor e atual vice-presidente do banco). Os quatro foram julgados por gestão fraudulenta na última rodada de votos dos ministros, que se encerrou na quinta (6).

Apenas Ayanna Tenório acabou absolvida das acusações de fraude na administração da instituição financeira. Os outros três dirigentes foram condenados, mas ainda aguardam a definição das penas, que irá ocorrer somente no final do julgamento.

O item 4 da denúncia da PGR, que trata da suposta prática de lavagem de dinheiro no esquema operado por Marcos Valério, relata que a “sistemática” criada pelos dirigentes do Banco Rural possibilitou a transferência, em espécie, de grandes somas em dinheiro com a ocultação da origem e do destino final dos recursos.

Segundo os procuradores da República, após ser “informado” pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares sobre o valor da propina e o nome do destinatário, Marcos Valério acionava as engrenagens do esquema de dissimulação do dinheiro. Na maioria das vezes, a verba era entregue a intermediários dos envolvidos.

Além de oferecer a estrutura da instituição para operacionalizar os pagamentos, ressalta o Ministério Público, os dirigentes do Banco Rural também teriam deixado de comunicar as autoridades financeiras do país sobre as operações suspeitas.

Deu no Cariri Ligado

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