O ClickPB teve acesso, com exclusividade, a decisão da Justiça que determinou a prisão do ex-diretor geral do Hospital Padre Zé, o padre Egídio de Carvalho, e mais duas ex-diretoras da unidade localizada em João Pessoa. E alguns dos motivos que levaram o desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), a decidir pelo deferimento do pedido de prisão foram o risco de novas fraudes e a gravidade dos delitos cometidos pelos acusados.
“Além disso, o cenário traçado denota a possibilidade de ocultação de outras provas por parte dos investigados, de modo que há um risco premente de soltos continuarem dificultando a atuação dos órgãos de perscuço penal e a recuperação do patrimônio desviado das instituições ledas”, diz trecho do recurso obtido pelo ClickPB, que foi impetrado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e considerado pelo desembargador obtido pelo ClickPB.
Conforme noticiou o ClickPB, a decisão da Justiça determina também as prisões da ex-diretora financeira Jannyne Dantas e da ex-tesoureira Amanda Duarte.
Ainda como verificado pelo ClickPB, o desembargador Ricardo Vital considerou o argumento de que há um risco de que os investigados tentem deletar os registros de suas supostas atuações criminais. “A maneira como teriam sido perpetrados os delitos demonstra que a forma de agir dos investigados teria sido meticulosamente planejada no sentido de reduzir, em grau máximo, os vestígios de seu funcionamento”.
“Expeçam-se, com urgência, os mandados de prisão e as respectivas cartas precatórias que se fizerem necessárias, com as ressalvas aqui consignadas, sem o aguardo do trânsito em julgado desta decisão. Uma vez presos sejam, recomendo à autoridade responsável pela execução do ato constritor a observância às prerrogativas de prisão especial, acaso estes façam jus”, diz a decisão.
O ClickPB apurou que as investigações revelaram um esquema de corrupção envolvendo o desvio de dinheiro público na ordem de R$ 140 milhões. Este esquema criminoso foi conduzido pelo padre Egídio de Carvalho através do Instituto São José, que administra o Hospital Padre Zé, e da Ação Social Arquidiocesana durante 10 anos, entre 2013 e setembro do ano corrente.
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