Um francês, de 45 anos de idade, foi preso na manhã desta terça-feira depois de tentar entrar em uma escola particular de Belo Horizonte que fica no Bairro Santa Tereza, Região Leste da capital. Segundo a Polícia Militar, ele gritava e tentava abrir o portão da escola, na Rua Salinas, utilizando um facão. As marcas da arma branca ficaram na porta de metal da unidade de ensino.
Para a polícia, o francês disse que a filha estuda no local e a mãe não o estaria deixando ter contato com ela. Já uma funcionária do local garantiu que ele é não é pai, mas padrasto, e que após o fim recente do relacionamento com a mãe da criança, não estaria mais autorizado a ter contato com a menina, de 7 anos. A mãe, de 29 anos, que também compareceu à delegacia, confirmou que o francês não é pai da criança e que desautorizou a presença dele depois do fim da relação dos dois.
Quando descobriu o fato de hoje na escola, ela imaginou que o objetivo pode ter sido intimidá-la. “Talvez eu seria a primeira. Ele foi para me deixar com medo, porque a próxima se ele tivesse oportunidade seria comigo. Estou em pânico, desde ontem não consegui dormir e estou tremendo o tempo todo. Estou com medo até de sair para procurar trabalho”, completa.
Problema na escola começou na segunda-feira
Ainda de acordo com uma funcionária da escola, que pediu para não ser identificada, o homem tomou conhecimento sobre a proibição dele pegar a criança ao fim das aulas na tarde dessa segunda-feira, quando a avó já estava no local para levar a menina para casa.
Na ocasião, ele já demonstrou não concordar com situação e precisou ser contido para não invadir a escola. Uma funcionária chegou a ser empurrada e o homem prometeu voltar ao local. Ele cumpriu a promessa nesta terça-feira, mas no turno contrário ao que a criança que ele alega ser filha estuda. A menina é matriculada no horário de 13h às 17h30.
Segundo os cabos da PM Daniel Braga e Walisson Celestino, o francês mesmo depois de ser preso continuou sustentando que é pai da garota e alegou que foi até a escola para ver a criança. Mas como isso aconteceu em um horário diferente do dela, também é possível que ele tenha ido em busca de uma funcionária específica, que o impediu de entrar na unidade ontem. A Polícia Civil vai investigar o caso.
Na hora o pai de aluno conta que foi muito nervoso. “A gente pensa na hora em casos de massacres como Suzano e Janaúba. Não sei o que poderia acontecer se ele tivesse entrado. A gente só pensa no risco bem ao lado dos nossos filhos”, afirma.
Uma mãe que estava do lado de dentro da unidade conta os momentos de terror que viveu. “Foi simplesmente terrível. A gente escutou o barulho e entendemos primeiro que era alguém que passou na rua e chutou. Mas de repente uma funcionária mandou a gente descer com as crianças e a sensação foi a pior possível. Se ele tivesse conseguido abrir o portão, não estaríamos aqui para contar história”, afirma a mãe.