terça-feira, abril 16, 2024
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Vídeo mostra últimos minutos de cliente no Carrefour antes de ser morto – VEJA IMAGENS

Imagens do circuito interno de segurança do Carrefour de Porto Alegre mostram os últimos momentos de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, antes de ser morto ao ser agredido por um segurança do estabelecimento e por um policial militar temporário na noite de quinta-feira (19). Os dois estão presos.

Na gravação, possível ver Beto, como é conhecido, ao lado da esposa no caixa, que está passando as compras. Ele se afasta dela e fica próximo da parede do outro lado do corredor. Há um segurança perto dele.

Nas imagens, é possível ver que Beto faz um sinal com o dedo polegar – como se fosse um legalzinho – em direção ao caixa. Em entrevista ontem, a esposa dele, Milena Borges Alves, de 43 anos, disse que ele havia brincado com uma segurança, que se sentiu ofendida e chamou os colegas, que passaram a segui-lo. Nas imagens, não é possível afirmar para quem ele faz o sinal com o polegar.

Segundos após o gesto, uma funcionária do mercado se aproxima, fala com Beto e se dirige ao segurança que está próximo dele. Em seguida, ela volta até ele e outro homem se aproxima – não é possível dizer quem é o segurança e quem é o PM. Os quatro saem de cena.

O trecho enviado pela polícia não mostra o soco de Beto em um dos homens, que foi relatado pela funcionária do Carrefour à polícia. Porém, a delegada Roberta Bertoldo, responsável pela investigação, já analisou as imagens completas e afirma que há, de fato, a agressão do cliente contra um dos homens.

“Ele dá sim o soco. E foi por causa desse soco que os seguranças agridem ele. Dá para ver quem ele atinge. Me parece que foi o PM (que foi atingido)”, declarou a delegada. O trecho não foi repassado à imprensa.

Caso provocou manifestações pelo Brasil
O episódio, ocorrido um dia antes do feriado de Consciência Negra, provocou revolta. Cerca de 2.500 mil pessoas se reuniram em um protesto no fim da tarde de ontem na zona norte de Porto Alegre. Os manifestantes se concentraram em frente ao principal acesso ao Carrefour, na avenida Plínio Brasil Milano. O estabelecimento não abriu as portas.

Após um início pacífico, um grupo de cerca de 50 pessoas tentou invadir o supermercado fechado. A Brigada Militar ocupou o interior do estabelecimento e passou a jogar bombas para afastar os manifestantes do portão, que acabou danificado. Uma pessoa conseguiu invadir o pátio e colocou fogo em alguns materiais. Após a confusão, muita gente deixou o protesto.

Em São Paulo, manifestantes invadiram a loja do Carrefour, localizada dentro de um shopping na região da avenida Paulista. Sob ordens de “não saquear”, os manifestantes quebraram o portão de ferro e a fachada de vidro do supermercado, jogaram pedras e depredaram. Jogaram potes de tinta dentro da loja, mas não houve saque. Ninguém se machucou. Um princípio de incêndio rapidamente foi controlado. Pelo Twitter, alguns manifestantes relataram terem visto pessoas na região jogando ovos e garrafas de vidro em direção aos integrantes do protesto.

Na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, houve protestos em duas redes do supermercado, um dentro de um shopping center e outro em uma unidade do centro. Entre os manifestantes estava o cantor Djonga, que postou um stories do ato em seu Instagram.

Já no Rio de Janeiro, o protesto ocorreu em uma unidade na Barra da Tijuca, onde os manifestantes gritavam “assassinos” e “vidas negras importam”. Curitiba também registrou atos no fim da tarde de ontem.

Entenda o caso
João Alberto Silveira Freitas teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzido por seguranças da loja até o estacionamento, no andar inferior. Um deles, policial militar temporário — funcionário contratado pela Brigada Militar por tempo determinado, para atividades administrativas —, acompanhou o deslocamento, e colaborou no espancamento de Freitas.

Durante o percurso, acompanhado por uma funcionária do Carrefour, Freitas teria desferido um soco contra o PM, segundo afirmou a trabalhadora, em depoimento à polícia.

“A partir disso começou o tumulto, e os dois agrediram ele na tentativa de contê-lo. Eles (os seguranças) chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram perna no pescoço ou no tórax”, disse o delegado plantonista Leandro Bodoia.

Os agressores foram presos, suspeitos de homicídio doloso. A cena vem sendo comparada nas redes sociais à que aconteceu com George Floyd, que morreu sufocado por policiais nos Estados Unidos.

Fonte: UOL

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