Um dos primeiros passos para um líder político pavimentar candidatura a governador do Estado e costurar alianças políticas. Antes, claro, sem permitir que as alianças que já possui sejam desconstruídas. Porque seria o mesmo que, como diria Gregório de Matos, querer governar um país sem saber governar a própria cozinha. Neste sentido, o ex-prefeito Veneziano Vital do Rego (PMDB) já sai de casa com um problemão. Que pode virar, inclusive, caso de polícia.
Falo das acusações feitas pelo ex-vereador Cassiano Pascoal, filho da ex-secretária Tatiana Medeiros, a escolhida de Veneziano pra sucedê-lo. Em seu Twitter, pra escandalizar o mais experiente dos políticos, Cassiano acusou pessoas que rodeavam o ex-prefeito de ladrões, usando adjetivos como “Gangue”, e ainda disse que foi ameaçado de morte.
Citou nomes. O principal deles, Alex Azevedo, ex-secretário de Obras de Veneziano, um dos braços direitos do ex-prefeito. As declarações de Cassiano implodem a relativa e aparente unidade da base de Vené em sua cidade. Ele que já perdeu Guilherme Almeida e tantos outros.
Porém, muito pior que ter a base dividida sob acusações gravíssimas, é correr o risco de ter feitos e fatos cabeludos de sua gestão colocados à mostra caso a briga se acentue.
Imagine se um Cassiano Pascoal queira apresentar provas sobre a ação dos “comparsas” de Alex? Ou sobre porque declarou que Alex “sai rico de toda campanha”? E se Alex Azevedo quiser revidar à altura? Ficar calado é que não me parece que ele vai ficar.
Aí sobrarão estilhaços que comprometerão e atrapalharão ainda mais a imagem do ex-prefeito Veneziano. Porque não se trata de uma acusação de Romero Rodrigues ou de Zé Gotinha contra a gestão do PMDB em Campina. É do filho da mulher que recebeu do ex-prefeito o privilégio de ser a escolhida para representar a legenda e o projeto Vital do Rego na cidade.
O menino fala com autoridade de quem vivia lá dentro.
Não é à toa que, de todas as guerras, a que mais destrói é que a começa em casa. Ela desenterra corpos do quintal.
Luís Tôrres
