O presidente da empresa que administrava o hotel de Brasília que ofereceu emprego ao ex-ministro José Dirceu é um auxiliar de escritório de uma firma de advocacia do Panamá, segundo reportagem desta terça-feira (3) do ‘Jornal Nacional’.
O panamenho também teria outras mil empresas ligadas ao seu nome, levantando a suspeita de que se trata de um laranja.
Condenado no processo do mensalão, Dirceu começou a cumprir sua pena no último dia 15, tendo direito ao regime semiaberto, em que pode deixar a cadeia durante o dia para trabalhar.
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Devido a isso, sua defesa apresentou ao Supremo Tribunal Federal proposta de emprego no hotel Saint Peter, com salário de R$ 20 mil.
Pedro Ladeira/Folhapress
Fachada do Saint Peter Hotel, onde o ex-ministro José Dirceu, será contratado para trabalhar durante o cumprimento da pena
De acordo com o “Jornal Nacional”, que foi ao Panamá, a “Truston International Inc”, que administrava até ontem o Saint Peter, é presidida por José Eugênio Silva Ritter, identificado na reportagem como um auxiliar de escritório naquele país.
O prédio do hotel pertence ao empresário Paulo Abreu, que também atua no ramo das telecomunicações e é irmão de José Masci de Abreu, ex-deputado e presidente nacional do PTN, e ao empresário Paulo Naya.
A administração do hotel, segundo a advogada de Paulo Abreu, Rosane Ribeiro, pertencia 99% a Truston e 1% ao próprio Paulo Abreu.
A advogada também informou que a sócia majoritária da Truston é a empresária Lara Severino Vargas, nora de Paulo Abreu, que não aparece nos registros apresentados pela reportagem.
Rosane Ribeiro disse que Lara teria decidido vender a administração do hotel após “a publicação de reportagens que lhe causaram desconforto”.
Com isso, a composição acionária mudou. Paulo Abreu então comprou sua parte e passou a ser o sócio majoritário da administradora do Saint Peter. O valor do acordo teria sido de R$ 499 mil.
Fonte: Pedro Marinho