segunda-feira, março 18, 2024
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Mulher de Queiroz não é encontrada em BH e Ministério Público e polícia de MG encerram buscas

Márcia Oliveira de Aguiar é considerada foragida da Justiça, e suspeita é que ela tenha usado imóvel para se esconder. G1 entrou em contato com sua defesa, mas não recebeu resposta.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) encerraram as buscas por Márcia Oliveira Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, por volta das 10h30 desta terça-feira (23).

Ela não foi encontrada em Belo Horizonte e segue foragida.

A operação em busca de Márcia começou no início desta manhã na casa da madrinha de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, no bairro São Bernardo, na Região Norte de Belo Horizonte. A ação foi feita em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro.

Locais onde foram feitas as buscas no bairro São Bernardo, em Belo Horizonte — Foto: Arte/TV Globo

Locais onde foram feitas as buscas no bairro São Bernardo, em Belo Horizonte — Foto: Arte/TV Globo

Queiroz foi preso no começo da manhã de quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo. As investigações apontavam que ele poderia ameaçar testemunhas e outros investigados e tentar dificultar a apuração dos fatos relacionados à “rachadinha” na Alerj, em suposto esquema que ele operava (leia mais ao final da reportagem).

No mesmo dia da prisão de Queiroz, foi decretada a prisão da mulher dele, que é cabeleireira e também foi assessora do então deputado Flávio Bolsonaro. Márcia Oliveira Aguiar não se apresentou à polícia e não foi encontrada.

Márcia passou a cumprir papel importante no esquema após o sumiço de Queiroz em meio às investigações do caso. Num caderno, foi identificado que ela chegou a receber R$ 174 mil em dinheiro. O recurso não tinha origem conhecida e foi usado para pagar despesas médicas de Queiroz no Hospital Israelita Albert Einstein.

Também num caderno de Márcia, encontrado pela polícia na casa dela em outra operação, foram achadas informações sobre uma rede de proteção formada por agentes policiais que, segundo o Ministério Público, poderiam ajudar Queiroz caso ele fosse preso no Batalhão Especial Prisional, cadeia para PMs no Rio. Ele acabou sendo levado para o Presídio de Bangu.

G1 entrou em contato com a defesa de Márcia, mas não havia recebido resposta até a última atualização desta reportagem.

Os mandados desta terça em Belo Horizonte eram de busca e apreensão, mas Márcia pode ser presa caso seja encontrada, por causa da ordem de prisão expedida na quinta. Ao todo, os mandados de busca e apreensão desta terça foram cumpridos em quatro endereços.

Polícia faz buscas na casa de parente de Queiroz em BH na manhã desta terça-feira (23) — Foto: Reprodução/TV Globo

Polícia faz buscas na casa de parente de Queiroz em BH na manhã desta terça-feira (23) — Foto: Reprodução/TV Globo

Casa da madrinha de Queiroz

Uma das casas alvo da operação em Belo Horizonte pertence à madrinha de Queiroz, dona Penha, que morreu neste mês. Agora, vivem no local primas e sobrinha do ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

A suspeita é que a mulher de Queiroz tenha ido para essa casa. Uma das primas, Kassia, é bem próxima de Márcia e de Queiroz. No início da manhã, promotores conversavam com parentes de Queiroz na casa.

O MP já havia identificado a vontade que Márcia tinha de se esconder caso tivesse prisão decretada. As mensagens trocadas entre Márcia Oliveira e Queiroz que a Promotoria identificou em novembro do ano passado apontavam, no entanto, que a mulher gostaria de ir para São Paulo caso tivesse a prisão decretada.

Rachadinha e prisão de Queiroz

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como chefe de uma organização criminosa que atuou em seu gabinete no período em que foi deputado da Assembleia Legislativa do estado (Alerj). Entre 2003 e 2018, ele cumpriu quatro mandatos parlamentares consecutivos.

As investigações apontam para um esquema conhecido como “rachadinha”, em que parte do salário de funcionários do então deputado era devolvido, e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolates e aplicado em imóveis.

Ao autorizar a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro no último dia 18, o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, apontou repasses de ex-assessores para conta de Queiroz no valor de R$ 2.039.656,52 e saques na conta do investigado que totalizam quase R$ 3 milhões.

Queiroz foi encontrado pela polícia dentro da casa do advogado Frederick Wassef, que fez a defesa da família Bolsonaro em alguns casos. Wassef foi, inclusive, responsável pela defesa de Flávio no caso da rachadinha. Após a prisão de Queiroz, Flávio Bolsonaro afirmou que Wassef não faz mais sua defesa.

G1

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