A reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Marlene Alves, comentou ontem à noite, depois de tomar conhecimento pelo Parlamentopb, a proposta lançada na Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Tião Gomes (PSL) de federalizar a UEPB. “Confesso que sinto-me constrangida em comentar a proposta, uma vez que os argumentos utilizados são assustadores”, disse ela.
Em seu microblog, a professora deu sua opinião sobre o caso: “No Brasil, onde amargamos a menor taxa de vagas no Ensino Superior da América do Sul, apesar de sermos a 6a economia do mundo, somente 14% dos Jovens entre 18 a 24 anos tem acesso a uma vaga no Ensino Superior, sendo 76% destas vagas no sistema privado. Este quadro por si só fala do quanto estamos longe de um percentual razoável. Segundo, mais de 90% da pesquisa no Brasil é realizada nas Universidades Públicas, neste item, num ranking feito pela Folha de Sao Paulo, entre as 188 melhores universidades de pesquisa do Brasil, a UEPB está na posição 40. Penso, Claudia, que temos que perguntar que País queremos. Na Sociedade do Conhecimento, onde maiores investimentos em educação, pesquisa e inovação significam mais autonomia para a Nação. Só lamento para argumentos como este: que o MAIOR INSTRUMENTO de desenvolvimento da Paraíba irá quebrá-lá. Nossos índices paraibanos são mais preocupantes. Mais de 60% do nosso povo só concluiu o ensino fundamental. Temos Uma taxa alta de analfabetos. O que queremos para Paraíba? Subempregos? Mão de obra barata? Nossa luta é para que os poderes entendam que a educação é um direito e que está intimamente ligado com o projeto de País que queremos. Montadores de Tvs ou criadores de Tvs? Vendedores de aço ou produtores de tecnologia de ponta? Cito uma frase de um ex- reitor de Harvard: “Se você acha que investir em educação é caro, experimenta a ignorância.”
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