Os deputados da oposição perderam, nesta quarta, uma grande oportunidade de atingirem a perfeição. Resolveram jogar pra platéia e aprovaram com apoio dos deputados da situação MP dos Professores com direito à reajuste escalonado, com torcia a categoria. Pra fechar o dia gloriosamente só faltava aprovar o empréstimo de R$ 150 milhões a fim de amenizar as despesas mensais da Cagepa, podendo dizer em alto e bom som: “Votamos o que é bom pra Paraíba, seja de iniciativa do governo ou não. Somos o máximo!”.
Porque o empréstimo da Cagepa tem como simples objetivo reduzir os juros de empréstimos feitos nos governos passados, certamente aprovados por alguns dos parlamentares que estavam hoje em plenário. No íntimo, quando vão deitar a cabeça no travesseiro, longe da obrigação de defender o “quanto pior, melhor”, os deputados de oposição sabem que o empréstimo não fere seus princípios mais mesquinhos. A Companhia gasta 81% de sua receita mensal com pagamento de salários e de empréstimos feitos nos governos anteriores, a juros mais altos.
Com o empréstimo atual, iria reduzir isso significativamente, pagando o atrasado e formando um débito com juros mais amenos e sem multas, aumentando a margem de investimentos dos serviços. E advinha quem sairia ganhando com a melhoria dos serviços? Você.
Aprovar o empréstimo não significa aprovar a atual gestão da Companhia. A oposição pode aprovar e continuar dizendo que os males da Cagepa começaram no dia 1º de janeiro de 2011, apesar do mais desinformado dos paraibanos saber que sofre com ela há muito mais tempo.
Aprovar o empréstimo é permitir que a Cagepa possa evoluir. Talvez seja essa perspectiva que tenha feito os deputados de oposição segurarem a matéria.
Os deputados parecem poder suportar a realidade de que muitos paraibanos convivem com a falta de água, sem esgotamento sanitário e com a má prestação de atendimento da Companhia. Mas nunca com a possibilidade do cidadão paraibano vir a aprovar a atual gestão da Cagepa, festejando eventuais avanços do atual governo.
Isso seria demais. Ao que parece, a oposição prefere morrer afogada na mesquinharia pantanosa que inunda nossas medíocres relações políticas.
Luís Tôrres
