O senador Cássio Cunha Lima não vota em João Pessoa nem é filiado ao PSB. Além disso, no momento, tem parte de sua energia voltada para recuperação do pai, o poeta Ronaldo Cunha Lima, que se encontra numa batalha hercúlea pela vida.Tudo isso, no entanto, não afasta de Cássio a prerrogativa de participar, mesmo que informalmente, das profundas alterações que ocorreram no cenário político de João Pessoa na base aliada do governador Ricardo Coutinho e do prefeito Luciano Agra.
Prerrogativa essa conquistada pelo fato de Cássio ser, como principal liderança do PSDB paraibano, peça fundamental na discussão da aliança do partido na base governista.
Pelo fato de ter sido colaborador ativo na vitória do projeto do PSB nas eleições de 2010. E, mesmo que nada disso valesse, pelo fato apenas de ser um bom analista e enxadrista do jogo político.
O fato, sobre todos os fatos, é que Cássio sequer foi comunicado sobre nada que aconteceu em João Pessoa. Viu tudo e assistiu a tudo como se fosse um simples ouvinte de rádio dos programas de meio dia.
E olhe que, durante todo o ano de 2011, o próprio prefeito Luciano Agra inseria Cássio em suas falas, assegurando apoio do tucano no processo de 2012. Chegou a recepcioná-lo em Campina Grande, quando o tucano voltou de Brasília senador da República.
Um ato acertadíssimo por parte de Agra.
Dentro do processo de composição, ignorar uma simples conversa com Cássio, no entanto, foi um erro estratégico. Será que o senador Cícero Lucena, por exemplo, não aproveitou a brecha pra conversar com ele sobre o cenário político de João Pessoa?
Nada mais suscetível do que um político carente.
Será que a alteração refletirá na sua posição pra 2012?
Ora, por simples curiosidade, dá vontade de saber o que Cássio acha da renúncia de Agra e da escolha de Estelizabel como candidata.
E quem, por acaso, sabe sentiu um ar de relativa reprovação pela condução do processo.
Luís Tôrres