sexta-feira, outubro 11, 2024
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Anestesistas do Trauma de CG cruzam os braços.

Campina Grande – Os 34 anestesistas que prestavam serviço para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande paralisaram as atividades, na manhã de ontem. A categoria alega que desde setembro de 2011 o Governo não renovou o contrato e que mesmo acionando o Ministério Público, a regulamentação não foi retomada. A diretoria do centro médico alega que um novo pregão será realizado no dia 15 deste mês. Com o desligamento, a medida de urgência adotada pela direção foi enviar os pacientes para hospitais de Campina e João Pessoa, através de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O diretor técnico do Hospital de Trauma, Flaubert Cruz, informou que a situação no hospital é caótica. “Não há cirurgião de plantão pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campina Grande, apenas no hospital de Trauma,mas sem os anestesistas as cirurgias ficam inviáveis. A situação é caótica”, explicou Flaubert Cruz.
Os médicos associados à Cooperativa Campinense de Anestesiologistas (Cocan) informaram que recebem R$ 1 mil por plantão de 12 horas, mas que a paralisação não está ligado à questões de aumento. “A Cooperativa não tem contrato com o Governo do Estado desde 21 de setembro de 2011 e desde essa data tentamos uma solução para esse caso, que foi informado ao Ministério Público. A sugestão era de que os médicos atendessem individualmente, mas sem contrato, de natureza precária”, disse o advogado da Cocan, Paulo Esdras Marques Ramos.
Na manhã de ontem Flaubert Cruz se reuniu com o presidente da Cocan e explicou que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizará um pregão no dia 15 de fevereiro. “Diante disso, pedimos que eles abortassem o movimento e retomem as escalas de plantão ou que no mínimo, se façam escalas com três anestesistas. Não fomos atendidos. Como temos apenas dois concursados, o hospital permanece sem anestesista”, disse Flaubert.
Doente: 6 dias em corredor do Trauminha
Uma paciente denunciou que está há seis dias numa maca no corredor do Complexo Hospitalar de Mangabeira, conhecido por Trauminha, aguardando a realização de um exame, essencial para determinar o procedimento cirúrgico para o seu problema. A unidade está com todos os leitos ocupados e é o único da rede pública de João Pessoa que oferece o exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com os últimos dados do Departamento de Informática do SUS (Datasus), em 2009 na Paraíba, existiam 2,38 leitos para cada mil habitantes, um total 8.980 leitos.
A dona de casa Andriele Venâncio precisa fazer um procedimento para determinar qual procedimento cirúrgico ela precisará. Ela contou que está no hospital aguardando o procedimento há seis dias, numa maca deixada no corredor da emergência. “O médico que faz o exame só vem aqui uma vez na semana e tem seis pacientes aguardando. Eu denunciei porque não agüento mais ficar fora de casa, abandonada no corredor, sem poder dormir por causa do barulho”, lamentou.
Andriele está tentando ser transferida para o hospital Edson Ramalho, mas os médicos do Trauminha estão tentando dissuadi-la, alegando que apenas pacientes internos podem fazer o exame na unidade. “A minha irmã vai assinar um termo de compromisso, mas eu não quero mais ficar aqui sem nem poder descansar”, contou. Na manhã de ontem, ela foi levada para uma enfermaria. Para ela, isso foi reflexo da denuncia.
O enfermeiro Antônio Venâncio Silvestre, coordenador da Urgência, disse que foi oferecido à paciente um leito no hospital Santa Isabel, também de gestão municipal, mas ela estava irredutível. Segundo ele, o procedimento ainda não foi realizado porque não há vaga no Centro Cirúrgico por causa da quantidade de procedimentos feitos diariamente no local. A assistente social Fernanda Vasconcelos informou que a unidade está com todos os leitos ocupados e que eles estavam aguardando uma alta médica para transferir a paciente para enfermaria.
Fernanda também explicou que o procedimento ainda não foi realizado porque a paciente está em fase aguda da doença e os médicos decidiram esperar a infecção acabar para fazê-lo. “O médico explicou que é preciso baixar a infecção para fazer o exame, este irá determinar qual procedimento cirúrgico ela terá de fazer”, afirmou.
A diretora geral do Trauminha, Tatiane Monteiro, informou que existem na unidade 153 leitos e, até ontem, estavam com 152 pacientes internos. Ela disse que a gestão reorganizou as cirurgias, fazendo em torno de 12 a 13 procedimentos diariamente, e o caso de Andriele era isolado. Por Marconi.

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